A estudante Kauane Teixeira é apaixonada por animais e decidiu trabalhar como 'pet sitter' – cuidar temporariamente do animal de estimação de outra pessoa – nas horas vagas. A profissão vem crescendo em Mato Grosso, já que alguns os tutores não conseguem mais passar tempo suficiente cuidando.
"Surgiu para complementar a renda e, conforme fui vendo que foi aparecendo mais clientes, fui pegando eles para cuidar. As pessoas viajam e traz o animal para mim ou eu cuido no apartamento do tutor, depende da demanda, do que o cliente exige", explicou.
Agora, Kauane se desdobra para dar conta dos estudos, do estágio e do trabalho extra. "Tenho mais ou menos 12 clientes e é um mercado que vem crescendo, porque uma pessoa vai indicando a outro e, conforme as pessoas vão me procurando, vou atendendo elas", contou.
Michele Brugnera, que tem quatro cães em casa, esse serviço é muito útil. Para ela, eles não são apenas animais de estimação, eles são como filhos.
Ela e o marido são apaixonados pelos cães, mas quando precisavam viajar era sempre um problemão. Não dá para levar todos os pets e não era nada fácil encontrar alguém para cuidar deles. Até que descobriram o serviço de pet sitters.
"A gente achou uma melhor alternativa buscar alguém que viesse até a nossa casa para cuidar deles, pois todos tomam remédios e são muito mimados, então a gente queria que eles não sentissem tanto a nossa falta e quisesse alguém que desse feedback, porque a gente morre de saudade deles quando está distante", disse.
As pet sitters Cláudia Brecht e Rita Rezende são as responsáveis pelos cuidados dos cães de Michele. Elas vão até a casa do cliente pelo menos duas vezes por dia, limpam a sujeira deixada pelos animais, cuidam da alimentação e ainda brincam com eles.
A oportunidade de trabalhar como cuidadoras de animais surgiu meio que por acaso para Cláudia e Rita.
"surgiu por causa de um um cachorro que a gente tinha chamado Rambo. Ele adoeceu, a gente frequentava uma clínica veterinária todos os dias e o veterinário viu a afinidade da gente que era uma coisa que fazíamos informalmente, para os amigos, e ele queria alguém de confiança para atender os clientes dele. Começamos então a fazer e não paramos mais", explicou.
Já são sete anos de muito trabalho e paixão pelos animais. A procura é tanta que, em setembro, elas já haviam fechado a agenda para dezembro e janeiro. O serviço começa com uma visita ao cliente pra conhecer a rotina dos pets. "Fazemos um check list sobre o animal, conhecemos o proprietário, a casa, todos os hábitos do pet e, enquanto o tutor viaja, vamos duas vezes ao dia para os cuidados devidos", disse.
"É um trabalho muito gostoso. Muita gente acha que é só dar água e comida, mas a gente fica responsável por aquele pet, se tiver uma emergência, nós que vamos sair para levá-lo ao veterinário e qualquer coisa de errado que aconteça nós somos responsáveis por ele", ressaltou.
Crescimento do mercado
O que não falta é oportunidade de trabalho nesse mercado, que não parou de crescer nem mesmo durante a pandemia. Segundo o Instituto Pet Brasil, o setor faturou quase R$ 50 bilhões no ano passado, 22% a mais que em 2020.
Os números se referem apenas à indústria e ao comércio, não incluem, por exemplo, serviços como o de cuidadores de animais, também conhecidos como 'pet sitters'.