O Governo de Mato Grosso estuda abrir parcialmente para visitas as obras do Terminal Turístico da Salgadeira para a Copa do Mundo, pelo menos o lado direito da pista, onde está localizada a cachoeira. A ideia é reabrir para contemplação um dos cenários mais bonitos do local.
Contudo, a obra orçada em R$ 6,3 milhões, tocada pelo Consórcio Salgadeira, tem que acelerar os trabalhos de pelo menos limpeza e remo-ção dos entulhos. A previsão da entrega total do atrativo é 09 de junho de 2015.
Conforme a placa indicativa às margens da MT-251, a obra iniciou em dezembro de 2013.“Na próxima semana vamos fazer uma reunião com a empreiteira, representantes do Ministério Público Estadual, Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), Secretaria de Administração (SAD) para avaliar se é possível entregar parte da obra. Pensamos em fazer essa reu-nião até o dia 21”, comentou o secretário da pasta, Jairo Pradela.
O problema é que a obra é cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público firmado em 2012. Nada pode ser feito sem aval da instituição. “Não podemos simplesmente tirar os tapumes porque a obra não esta pronta. A ideia é liberar uma parte e nesta reunião vamos saber se poderemos ou não”, contou o secretário.
Ele destaca que já foi realizado o replantio das árvores, mas as obras físicas como o do restaurante foram prejudicadas devido às chuvas. Outra situação que também não chegou ao fim é o embate judicial travado por um dos antigos proprietários de restaurantes da Salgadeira com o governo do Estado. Edson Pinheiro, 55, garante sair apenas com ordem judicial.
Ele ainda vive com a mulher e 2 filhos no que restou do prédio do antigo restaurante Pinheiro. Ele alega que esta no local há 30 anos. As atividades desenvolvidas no Terminal Turístico da Salgadeira foram suspensas em 2010, perante decisão judicial proferida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público, em decorrência de inúmeras irregularidades, dentre elas a falta do contrato de concessão de uso do espaço para 3 restaurantes que exploravam o ponto turístico.
Os empreendimentos ultrapassavam a área de preservação permanente, que se encontravam dentro da faixa de 50 metros ao longo do curso d’água. Problemas referentes à disposição de resíduos a céu aberto e no sistema de esgoto, ausência de gerenciamento de resíduos, falta de licença ambiental, presença de processos erosivos no estacionamento, equipamentos e certificado do Corpo de Bombeiros vencido são alguns dos proble-mas detectados no local.
Na ação, a promotoria de Meio Ambiente destacou que o local era fruto de um turismo desordenado. Até hoje se vê às margens do rio os restos de sacolas plásticas, latinhas de cerveja e até mesmo garrafas.