Diário de Cuiabá
A entrega das obras para a Copa do Mundo em Cuiabá tem em comum os erros e problemas que aparecem pouco tempo após a inauguração, como o viaduto Ciríaco Cândia que apresentou infiltrações, além de alagamento ao lado do viaduto do Despraiado e desmoronamento do morro, entre outros. Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e especialista em engenharia de trânsito, Eldemir Pereira, a falta de fiscalização pode ser o principal problema das obras, pois os erros deveriam ser detectados antes da inauguração.
O professor explica que os erros podem acontecer desde a fase de projetos, passando pela parte de arquitetura, cálculos estruturais ou mesmo na especificação dos materiais que devem ser utilizados. Mas, independente do custo da obra, no Brasil é necessário que uma empresa seja contratada para fiscalizar todos os processos, do projeto à finalização, para evitar os problemas e detectar os erros assim que eles surgem, para realizar a correção sem causar maiores danos e prejuízos.“Essa já é uma questão recorrente nessas obras inauguradas, mas onde há ausência de fiscalização as empresas podem fazer o que querem. Existe a empresa contratada para fiscalizar e o Estado, que também deve fiscalizar, e essas duas instâncias não acompanharam a obra como deveriam”, esclarece Pereira.
Segundo o professor, esse acompanhamento torna a resolução de problemas mais barata do que a correção após o término da construção. Além da economia, esse processo garante mais segurança às obras entregues, para que nenhum erro de grande risco possa passar despercebido. “Não acredito que esses erros recorrentes sejam causados pela inexperiência das empresas, até porque elas já executaram outras obras. Erros podem acontecer, mas agir preventivamente é mais barato e mais rápido”.