A família da modelo cuiabana Nayara Vit acompanhou o velório pela internet, nesta tarde de quinta-feira (22), no Cemitério Parque del Recuerdo Américo Vespúcio, em Santiago, no Chile. Por conta da pandemia da covid-19 e restrições do governo chileno, a família não foi autorizada a entrar no país. De acordo com a prima da modelo, a médica Flávia Falco, eles até tentaram entrar no país, para pelo menos se despedirem de Nayara. Entretanto, o governo foi irredutível quanto ao seguimento da quarentena.
A princípio, o enterro de Nayara estava marcado para o dia 14 de julho, entretanto, foi adiado, após a perícia chilena pedir novo exame de autópsia. A família até tentou correr contra o tempo, enviando cartas ao Itamaraty, mas não conseguiram o acesso.“O Chile, em si, não liberou sem a quarentena de 40 dias. Se tivesse sido desde o primeiro dia, daria tempo. Mas não sabíamos e meu primo tentou de todas as formas, até pedir PCR”, desabafou.
Assim como o enterro, a reconstituição do crime também foi prorrogada. Segundo familiares de Nayara, a reconstituição foi cancelada em cima da hora, pois o advogado informou que o promotor chefe do caso, Omar Mérida, irá visitar o apartamento primeiro. O advogado da família, Cristian Cáceres, apontou ainda que o apartamento de Nayara passou por uma limpeza minutos depois da morte.
Nayara Vit morreu após cair do 12º andar do prédio em que morava em Santiago, Capital do Chile, na quarta-feira (7). A morte foi informada na madrugada de quinta-feira (8) à família, que suspeita da possibilidade de a ocorrência se tratar de um caso de feminicídio.
Isso se deve ao fato de que a versão apresentada pelo marido da vítima, o empresário Rodrigo Del Valle Mijac, vai em desencontro com o relato da babá que estava no apartamento no momento da ocorrência. Conforme explicou Sérgio, o marido de Nayara, que é diretor de uma empresa de telecomunicações, disse que estava na sala quando a mulher saiu do quarto correndo e se atirou da sacada.
Contudo, ao prestar depoimento, a babá que estava no apartamento cuidando da filha de Nayara de 4 anos contou que ouviu gritos da vítima, sucedidos do barulho de um vaso quebrando no chão do prédio e posteriormente o som da queda da modelo.