A menos de dois meses para o início da Copa do Mundo de 2014, o impasse na Feira do Verdão continua. Sem nova sede do Terminal Atacadista concluída, os permissionários permanecem no local e reclamam porque nem todos os feirantes poderão ocupar as futuras instalações.
O local atual será utilizado para a criação de um estacionamento exclusivo para a Fifa durante o Mundial e os comerciantes serão realocados para a área da antiga Companhia de Armazéns e Silos (Casemat), na BR-364.
Porém, os feirantes temem despejo sem ter um local para vender os seus produtos. Na manhã desta quinta-feira (10), uma reunião entre os comerciantes e a Associação dos Permissionários do Terminal Atacadista de Cuiabá (Apetac) quase terminou em briga.
O impasse é tão grande que um grupo de 20 permissionários se reuniu com o prefeito do município vizinho, Várzea Grande, para tentar a liberação de alguma área da cidade industrial para recebê-los.
De acordo com Auromércio Alves de Brito, dono de uma distribuidora de mamão no Terminal há mais de três anos, o maior problema não é o ponto para onde os comerciantes serão instalados e sim pela falta de espaço e excesso de exigências da Prefeitura.
Segundo ele, a área atual da feira tem cerca de 10 mil metros quadrados e comporta 205 permissionários, enquanto a nova área tem apenas 6 mil. Com isso, ao menos 100 feirantes seriam excluídos.
Para poder entrar no novo Terminal, os comerciantes precisam estar regularizados com a Prefeitura e com a Apetac, porém isto não garantirá que os feirantes ingressem no local, pois uma comissão julgadora vai analisar quem poderá assumir os boxes. “Eu mesmo tive a minha inscrição cancelada sem motivo, já que estou em dia, sem a minha inscrição não consigo emitir os documentos necessários
Na próxima segunda-feira (14), os feirantes irão realizar uma manifestação em frente à Arena Pantanal para reivindicar os boxes.
De acordo com o secretário Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá (SMTDE), Elias Alves de Andrade, a nova sede foi definida em uma reunião com a Associação, Prefeitura e Governo do Estado em março do ano passado. Ele afirmou que é premeditado dizer que não há espaço para os feirantes, porém a prefeitura não vai aceitar que comerciantes assumam o local com dividas pendentes. “Somente até janeiro, os comerciantes já acumulam uma divida de R$ 560 mil, sem falar em outros impostos.”