Hospital São Luiz em Cáceres passa a atender só pelo SUS

 

A administradora do Hospital São Luiz, em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, disse que parou de atender pacientes com planos de saúde e particulares após o estado assumir a gestão da unidade. Segundo a Pró Saúde, após a requisição dos serviços da unidade, o governo demitiu 13 funcionários que não possuem o ensino fundamental completo e que os médicos não podem mais entrar na unidade.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que os profissionais do hospital poderão permanecer na unidade de saúde e terão o vínculo empregatício com o governo, por meio do Hospital Regional de Cáceres, desde que cumpram os requisitos instituídos em lei e não é possível a contratação de pessoas sem o ensino fundamental.

Segundo a SES, as dívidas trabalhistas deverão ser tratadas com a antiga administradora e que o estado não ficará responsável pelos passivos da antiga gestão.

A Pró Saúde argumenta que possui critérios de contratação, cargos e salários. Foram identificados profissionais da área que não atendiam requisitos como grau de escolaridade. Os casos foram avaliados e, após a comprovação de que estavam aptos para realizar as funções, eles foram mantidos no quadro.

A antiga gestora protocolou na sexta-feira (1) um ofício ao Conselho Regional de Medicina (CRM) registrando a impossibilidade de atendimento a novos pacientes.

Segundo a administradora, após a requisição de bens e serviços da unidade pelo governo do estado, os médicos que realizam atendimentos particulares na unidade, não possuem mais acesso ao hospital, sendo impedidos de exercer as atribuições, deixando pacientes já agendados sem atendimento.

Além disso, a Pró-Saúde disse que a nova administração do hospital demitiu 13 funcionários que não possuem o ensino fundamental completo.

Requisição dos serviços

O governo de Mato Grosso determinou de serviços da unidade a partir de um decreto publicado no dia 28 de março. Com isso, o hospital está sendo gerido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) e passou a atender 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A unidade atuará como um anexo do Hospital Regional de Cáceres.

A ação, segundo o estado, é para o evitar a possível descontinuidade de atendimento à população da região, no que diz respeito à obstetrícia e às gestantes de alto risco, considerando as notícias de iminente fechamento do hospital.

A Pró-Saúde, empresa que administrava o Hospital São Luiz, era contratada pelo estado para ser referência em atendimentos ambulatoriais, clínica geral, internações de cirurgia geral, ginecologia, obstetrícia clínica e cirúrgica, pediatria clínica, pneumologia e em Terapia Intensiva (UTI) adulto e neonatal.

A unidade conta com 158 leitos, dos quais 108 eram credenciados pelo SUS.

Entre março de 2020 a dezembro de 2021, o Hospital São Luiz recebeu R$ 49 milhões do Estado, mas apresentou a produção executada de apenas R$ 19 milhões.

O decreto aponta que a unidade recebeu R$ 30 milhões de diferença entre o que foi pactuado e, de fato, executado pelo hospital. Ainda assim, a administração do Hospital São Luiz ameaçou fechar as portas e alegou a ausência de repasses por parte do estado.