O juiz da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá, Moacir Rogério Tortato, manteve medidas cautelares diversas da prisão contra o coronel aposentado da PM, ex-chefe da Casa Militar de Mato Grosso, Eduardo Henrique de Souza. Ao lado de outro policial militar, ele estaria agindo como um “jagunço” do empresário João Victor Carvalho Castilho Silva, que teria mandado ameaçar uma ex-namorada em Juara (700 Km de Cuiabá).

A decisão do juiz foi publicada na última sexta-feira (20). Segundo o processo, tanto o coronel aposentado quanto seu “comparsa”, o cabo PM Clebson Luiz Lorenssetti, pediram o fim das medidas cautelares. A dupla deve manter uma distância mínima da ex-namorada do "patrão" de 1.000 m, além de estar proibida de entrar em contato com a vítima ou seus familiares.

No entendimento do juiz Moacir Rogério Tortato há indícios fortes o suficiente para manter as medidas cautelares. “A revogação de medida cautelar imposta pressupõe a existência de fato novo que altere a situação fática que motivou sua aplicação, o que não se verifica no presente procedimento. A decisão inicial foi fundamentada e amparada nos elementos probatórios constantes nos autos, não havendo indícios de constrangimento ilegal”, analisou o magistrado.

Segundo informações do processo, o cabo PM seria morador de Juara. O coronel aposentado, por sua vez, reside em Cuiabá mas é dono de uma empresa de segurança privada na cidade da região noroeste do Estado, utilizada para intimidar e ameaçar a ex-namorada do empresário João Victor Carvalho Castilho Silva.

Ainda de acordo com os autos, que estão em sigilo, o empresário teria se envolvido com a vítima dizendo que era solteiro, porém, ele estava noivo de outra mulher. Diante de supostas ameaças por parte da vítima de que iria expor o caso, João Victor Carvalho Castilho Silva teria “ordenado” aos policiais militares que ameaçassem a ex-namorada e seus familiares.

Eduardo Henrique de Souza foi chefe da Casa Militar de Mato Grosso entre 2019 e 2020.