O juiz substituto da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo (674 Km de Cuiabá), João Zibordi Lara, manteve o uso de tornozeleiras eletrônicas ao delegado da Polícia Judiciária Civil (PJC), Geordan Antunes Fontenelle Rodrigues, além do investigador Marcos Paulo Angeli. Ambos são alvos da operação Diaphthora, que revelou um esquema na PJC da região no cometimento de vários crimes - entre eles, até uma suposta cobrança de “diárias” de presos.
A decisão é da última terça-feira (5). Nos autos, o juiz substituto asseverou que os cargos públicos ocupados pelos réus - delegado e investigador da PJC, respectivamente -, lhes conferem uma “influência” que poderia atrapalhar as investigações.
“Deve-se atentar ao fato de que os acusados sobre os quais recaem o monitoramento eletrônico são funcionários públicos estaduais, Delegado de Investigador de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, cuja influência pode ser utilizada para seus próprios fins”, analisou o magistrado.
Na mesma decisão, o juiz também intimou os réus para uma audiência no dia 21 de fevereiro de 2025.
A operação Diaphthora da Corregedoria-Geral da PJC, cumpriu 12 ordens judiciais, sendo duas de prisão, sete de busca e apreensão e outras três medidas cautelares. As investigações identificaram os servidores envolvidos no esquema, sendo o delegado titular da Delegacia de Peixoto de Azevedo e um investigador da unidade os mentores e articuladores, aliados a um advogado e garimpeiros locais.
Os crimes praticados pela associação criminosa incluíram solicitação de pagamento de vantagens indevidas para liberação de bens apreendidos, exigência de "diárias" para hospedagem de presos no alojamento da delegacia e pagamentos mensais condicionados a decisões sobre procedimentos criminais em andamento na unidade policial.
A PJC o caso dizendo que existia um “gabinete do crime” em Peixoto de Azevedo.