O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica de 14 réus de um processo que apura supostos crimes de uma quadrilha que roubava cargas de commodities transportadas em vagões de trens em Mato Grosso.
Em decisão publicada nesta segunda-feira (7) o juiz determinou o fim do monitoramento, mas manteve outras medidas cautelares diversas da prisão - recolhimento noturno em casa das 22h às 5h e obrigação de manter os endereços atualizados.
Uma terceira restrição também foi determinada pelo juiz, que dividiu os réus em dois grupos. Roniclei Pereira Barreto, Adriano Sousa Barbosa, Thaygor de Souza Figueiredo, Warley Oliveira de Souza, Luiz Fernando Santos Garcia e Elton Júnior Tessaro Pitchenin, também estão proibidos de manterem contato entre si, salvo se forem parentes em até 2º grau.
Juraci Cornélio da Silva, Ivonei Cornélio da Silva, Wilma Luiz da Silva Moura, Cristiano da Silva Moura, Paulo Henrique Cornélio da Silva, Francisco Matheus do Carmo Sousa, Rafael Gomes Assis e André da Silva Moura, por sua vez, não poderão se aproximar a menos de 500 metros de linhas férreas e demais dependências da Rumo Logística.
O fim do monitoramento eletrônico foi pedido por um dos réus, Cristiano da Silva Moura. O juiz reconheceu que alguns dos suspeitos já vem utilizando a tornozeleira desde 2022, e acabou estendo o benefício aos demais denunciados.
“Verifica-se que os réus se encontram sob monitoramento eletrônico desde o final de 2022, final de 2023 e início de 2024, tendo transcorrido, portanto, um lapso temporal considerável, superior a dois anos e meio para alguns dos acusados, de modo que a manutenção de uma medida tão invasiva como a utilização de tornozeleira eletrônica exige uma fundamentação robusta e atual, que demonstre a sua indispensabilidade, o que não mais se verifica”, lembrou o magistrado.
O grupo é alvo da operação “Prospecção”. Segundo as investigações da Polícia Judiciária Civil (PJC), o desvio de vagões de cargas também contou com o crime de receptação praticado pelo empresário Ricardo Bruno Ribeiro Jesus, de Santa Rita do Araguaia (GO), entre 2020 e 2021. Ele é proprietário da L.R. Nutrição Animal e Produtos Agrícolas.
“O grupo vendeu 08 toneladas do farelo de soja, em tese, furtadas das locomotivas da empresa Rumo Logística, ao que tudo indica, para o empresário Ricardo Bruno Ribeiro de Jesus, proprietário da empresa L.R. Nutrição Animal e Produtos Agropecuários, com sede na cidade de Santa Rita do Araguaia/GO”, dizem as investigações.
Os crimes contaram ainda com a participação de “outro grupo”, de receptadores ou empresários, identificados como Vitor Ricardo Lopes da Silva, José João Vicente, Antonio Gregui Germano, Laura Gomes de Moraes, José Carlos da Rocha, Ivaldir Gomes de Carvalho, Jorge Luiz Gomes Oliveira, João Batista Gomes Oliveira e Ricardo Bruno Ribeiro de Jesus.
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Terça-Feira, 08 de Julho de 2025, 08h50