A juíza Mônica Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal de Cuiabá, marcou para 30 de junho deste ano o julgamento do advogado Nauder Júnior Alves Andrade, acusado de tentativa de feminicídio contra sua então companheira, a engenheira E.T.M, em 2023. O crime ocorreu após uma discussão do casal, quando o réu agrediu brutalmente a vítima. A decisão foi publicada na última quinta-feira (15), e confirmou a submissão do jurista ao Tribunal do Júri.
O advogado tentou recorrer para evitar o julgamento popular, mas tanto o Tribunal de Justiça de Mato Grosso quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantiveram a sentença de pronúncia. Nauder foi preso em agosto de 2023, mas teve a prisão preventiva revogada em novembro do mesmo ano, passando a usar tornozeleira eletrônica.
Em seus recursos, ele tentou reduzir a acusação para lesão corporal e afastar as qualificadoras de motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, mas os argumentos foram rejeitados. Segundo as investigações, Nauder agrediu a ex-companheira de forma violenta e premeditada, em um contexto de violência doméstica.
A vítima relatou que o ataque começou após ela se recusar a ter relações sexuais e questionar o uso de cocaína por parte do réu. Ele a manteve trancada em casa e a espancou por cerca de duas horas, utilizando até uma barra de ferro.
Testemunhas e laudos periciais confirmaram a brutalidade do crime, incluindo a presença de sangue da vítima em vários locais da residência. Há ainda relatos de que Nauder esfregou sêmen no rosto dela, em um ato de humilhação. A vítima só sobreviveu porque conseguiu pedir ajuda a vizinhos.
O Ministério Público destacou o caráter torpe do crime e a impossibilidade de defesa da mulher, que estava dormindo no início da agressão. “Assim, defiro a oitiva das testemunhas e inexistindo diligências a serem realizadas e irregularidades a serem sanadas, dou como preparado o presente processo para que o pronunciado seja submetido a julgamento, cuja sessão designo para o dia 30 de junho de 2025, às 13h30min, no Plenário do Tribunal do Júri desta Capital”, decidiu Perri.