Uma funcionária do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de Mato Grosso (Creci-MT) recebeu medida protetiva contra o presidente do órgão, Claudecir Roque Contreira, e o superintendente Deivissen, Santana Benites de Oliveira. A decisão do Poder Judiciário proíbe os dois de se aproximarem da vítima por seis meses numa distância de até um quilômetros, após ela denunciar casos envolvendo assédio moral e sexual.
As denúncias incluem ainda manipulação psicológica e ameaças veladas. O Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal investigam o caso.
O Creci-MT afirmou que instaurou processo administrativo para apurar as acusações. “No presente procedimento a vítima relata supostas situações de manipulação psicológica, ameaças veladas e tentativas de intimidação por parte dos requeridos, o que compromete saúde mental e gera receio quanto à sua segurança”, diz trecho da decisão.
Outras medidas protetivas também foram impostas, entre elas, a proibição de estabelecer contato com a vítima, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação. Além disso foi disponibilizado o aplicativo de Botão do Pânico (App SOS Mulher). “Em razão da prática dos crimes de ameaça, perseguição e violência psicológica (art.147, art. 147-A e 147-B, todos do Código Penal) com as implicações da Lei n° 11.340/06, perpetrados em tese”, constatou o Poder Judiciário.
Na última semana, o caso foi revelado pelo site MidiaNews. Conforme a reportagem, o presidente faz os empregados trabalharem além do horário estabelecido, independentemente das condições físicas, incluindo finais de semana, férias e períodos de doença.
Em outro trecho do depoimento, uma funcionária afirmou que o presidente Claudecir Roque e um superintendente gritaram com ela durante uma reunião de mais de duas horas, enquanto ela recebia uma advertência. A mulher disse que foi advertida em razão de um parecer da psicóloga enviada pelo Ministério do Trabalho.
Segundo ela, ao começar a chorar, o presidente mandou que parasse de chorar, pois “não gostava de ver mulheres chorando”. A funcionária ainda informou à PF que tentou denunciar o caso de assédio em Sinop, mas o presidente a impediu, alegando que isso poderia prejudicar sua reeleição como presidente do Creci.
Em relação ao caso de assédio sexual, Beto Correia queria sair com a vítima e, em uma dessas investidas, fez ameaças de demissão e enviou uma foto do pênis.