Quinta-Feira, 30 de Setembro de 2021, 18h:39 | Atualizado:
OPERAÇÃO EASY MONEY
King-Bentley Investimentos tem como “presidente” Mateus Pedro Ceccato. Ele está preso em Rondonópolis desde agosto
A juíza da 7ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT), Ana Cristina Silva Mendes, aceitou uma denúncia contra 10 pessoas que fariam parte de uma organização criminosa por trás de uma pirâmide financeira, no dia 21 de setembro. Mateus Pedro Ceccato, presidente da King-Bentley Investimentos – organização que prometia lucro mensal de 33,9% em investimentos -, está preso em Rondonópolis (216 KM de Cuiabá) desde o mês de agosto de 2021.
Além de Mateus Pedro Ceccato, a Justiça Estadual também aceitou a denúncia contra sua esposa, Príscilla Dhane Pereira de Oliveira, também chamada de “Primeira Dama”, e que sempre estava “ao lado de Mateus nas publicidades, anúncios, lives e demais vídeos, para captação de vítimas”. Agnaldo Bergamim de Jesus, proprietário da Bentley Investimentos (que se “fundiu” com a King), e que teria uma “carta fiança” apresentada em materiais publicitários para “garantir” os recursos investidos (e que seria inidônea), também virou réu na ação.
A lista de réus é completada por Vanessa Fernandes Dutra, esposa de Agnaldo Bergamim, e “diretora financeira” da organização criminosa, Renato Evangelista dos Santos, Aline Lima Malta Evangelista e Vinicius da Silva Siqueira – estes três últimos, responsáveis por “captar os clientes em massa, por meio de vídeos em plataformas como Youtube e Facebook” -, Eduardo Alves Lopes, que atuava no aporte de “elevadas quantias” em dinheiro para a organização, além de Danilo Cerqueira dos Santos, que “lavava” e "distribuía" o dinheiro ao grupo.
O rol dos denunciados é finalizado pelo policial militar Éder de Mello Gonçalves, morador de Cascavel (PR), o “Amigão Eder King”, apontado como “braço direito” de Mateus Pedro Ceccato. O grupo responderá por constituir organização criminosa, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro.
Todos os réus encontram-se presos preventivamente com exceções ao casal Agnaldo Bergamin de Jesus e Vanessa Fernandes Dutra, bem como Eduardo Alves Lopes. O trio é considerado foragido da Justiça. Aline Lima Malta Evangelista foi beneficiada com a prisão domiciliar por ter um filho menor de 12 anos. Na decisão que aceitou a denúncia, a juíza Ana Cristina manteve a prisão preventiva dos réus.
“Diante do perigo gerado pelo estado de liberdade dos acusados, os mesmos devem ser mantidos presos cautelarmente, a fim de evitar a prática de novos crimes por parte da Organização Criminosa da qual, em tese, fazem parte”, ponderou a magistrada.
O recebimento da denúncia ocorreu no âmbito da operação “Easy Money”, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Alagoas. As diligências ocorreram no mês de agosto de 2021.
Neste sentido, a juíza Ana Cristina Silva Mendes autorizou o compartilhamento das provas com a Corregedoria da Polícia Militar do Paraná, bem como franqueou os autos às unidades do Ministério Público presentes nas unidades federativas brasileiras que também abriram procedimentos para apurar a atuação da organização criminosa.
“Ante o requerimento ministerial, defiro o pedido de compartilhamento integral das provas constantes nesta Ação Penal, bem como os depoimentos e todas as demais provas contidas no procedimento investigatório criminal, com outros órgãos do MP e da PJC do Estado de Mato Grosso e outros Estados e com a Corregedoria Geral da Justiça da PM/PR”, determinou a magistrada.
Ana Cristina Silva Mendes determinou, ainda, o desbloqueio de uma caminhonete Amarok, que pertencia a Éder de Melo Gonçalves, mas que foi negociada antes da ordem de bloqueio de bens contra os réus.
Investigações apontaram que em apenas 40 dias, no ano de 2018, a King Investimentos conseguiu “levantar” R$ 3 milhões, e nas redes sociais chegou a anunciar que possuía 72 mil investidores – muitos deles, atualmente, movendo ações no Poder Judiciário para tentar recuperar o prejuízo. Com o recebimento da denúncia, inicia-se agora a fase de instrução (produção de provas). Ao final, os réus poderão ser absolvidos ou condenados das acusações.
Ademir
Sexta-Feira, 01 de Outubro de 2021, 15h35