Moradores fizeram uma manifestação nesta quarta-feira (21) para cobrar esclarecimentos das forças de segurança sobre uma suposta agressão sofrida por trabalhadores no Distrito de Guariba, em Colniza, a 1.060 km de Cuiabá. A região é alvo da Operação Amazônia, realizada pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT), Polícia Militar, Exército Brasileiro e órgãos ambientais.
O protesto ocorreu em uma unidade da PM em Guariba. Eles alegam que dois trabalhadores foram espancados por policiais que estavam na operação ambiental e sofreram tortura física e psicológica. O grupo alega abuso de autoridade por parte dos agentes de segurança.
A equipe da Polícia Militar conversou com os manifestantes e orientou que fizessem boletim de ocorrência, mas o grupo se recusou. Em nota, a Sema disse que a pessoa que alegou que foi agredida não quis se identificar e não registrou a ocorrência para apuração dos fatos.
“A Sema esclarece ainda que os fiscais do órgão não possuem armamento, nem realizam abordagens sem apoio policial. O órgão não tolera abusos, e caso seja constatado excesso por parte dos servidores estaduais, civis ou militares, serão tomadas as providências cabíveis”, afirmou o órgão. Na terça-feira (20) a Operação Amazônia realizou apreensão de maquinário, condução de um suspeito à delegacia, a apreensão de três motosserras, e duas armas de fogo, após flagrante de desmatamento ilegal identificado por satélite em Colniza.
Na ocorrência, soldados do Exército Brasileiro, juntamente com a Polícia Militar, utilizaram um caminhão para desobstruir o caminho que foi bloqueado por árvores cortadas e posicionadas na estrada, justamente para dificultar o acesso da fiscalização. Ao chegar no ponto de desmatamento, foi identificado um suspeito portando uma motosserra sem registro.
Em seguida, no barraco utilizado como alojamento pelos infratores, foram localizados mais dois suspeitos armados que fugiram. “Colniza é o município que mais desmata em Mato Grosso, onde historicamente há confronto e intimidação às ações de repressão ao crime ambiental e fiscalização realizadas pelo estado. Para frear o desmatamento ilegal da Amazônia, a Operação Amazônia é conjunta entre órgãos estaduais e federais para coibir a prática e responsabilizar infratores”, declarou a Sema.
A operação Amazônia integra órgãos estaduais e federais, sob coordenação da Sema-MT, para coibir crimes ambientais, monitorar e fiscalizar mudanças na vegetação, promover o embargo de áreas, apreensão e remoção de maquinários flagrados em uso para o crime, e a responsabilização de infratores. Os 10 municípios que mais desmatam são os principais alvos das ações coordenadas pela Operação Amazônia. São eles: Colniza, Nova Bandeirantes, Aripuanã, Peixoto de Azevedo, Apiacás, Querência, União do Sul, Marcelândia, Juara, e Rondolândia.
Mato Grosso já aplicou mais de R$ 808 milhões em multas ambientais neste primeiro semestre, por meio da Operação Amazônia.