João Vieira
Moradores do bairro Pedra 90, em Cuiabá, sofrem há 20 dias com problemas no abastecimento de água em diversas ruas do bairro. A situação, de acordo com eles, começou devido a uma obra de instalação de novos relógios feita pela concessionária Águas Cuiabá na própria rede de abastecimento, ao longo das vias. Desde o início dos trabalhos, em 28 de abril, o fornecimento de água foi interrompido sem aviso prévio e, até o momento, a população continua enfrentando dificuldades para obter água potável.
O problema atinge famílias inteiras, comércios locais e serviços essenciais, causando impacto no dia a dia da população que, mesmo diante dos inúmeros pedidos por abastecimento, afirmam que o suporte com caminhões-pipa para os afetados é praticamente inexistente. Roque Durante, de 62 anos, é morador há duas décadas e um dos comerciantes mais antigos do bairro. Ele afirma que nunca presenciou um problema tão grave quanto o atual. “Estão colocando esses relógios nas ruas e, desde então, muitos, assim como eu, não têm água”, reclama.
De acordo com ele, após as obras na esquina da sua casa, o desabastecimento tem impactado a vida de todos que estão nessas ruas, assim como os comércios, e as pessoas têm que “se virar”. “Já era ruim antes, porque a água vinha dia sim, dia não. Mas agora não vem água nenhuma, e quando vem, não tem pressão suficiente para subir até as caixas d’água. Eu mesmo estou pegando na minha sogra porque não vem”, relata.
No momento em que Roque conversava com a reportagem, um veículo da concessionária responsável pelos serviços passou e os funcionários tiveram que ouvir as reclamações do morador, que cobra uma solução. “Não podemos mais ficar nessa situação, até quando isso?”, indagou.
Ele reclama ainda que, mesmo sem o abastecimento, a conta de água chega e não é barata. “Esse mês mesmo, R$ 148, onde que gastei isso? Mas tem que pagar”. Silvana Bueno é gerente de uma loja que fica na avenida principal, a Nilton Rabello, esquina com a rua 24, bem em frente ao cruzamento onde foi colocado um relógio. Ela conta que os transtornos com a falta de água são inúmeros e impactam diretamente as vendas da loja.
“Os clientes não podem usar o banheiro, lavar as mãos, a higiene da loja fica comprometida. A gente tem que fazer tudo com um pouquinho de água que conseguimos”.
ZÉ CARIOCA
Terça-Feira, 20 de Maio de 2025, 11h46