MP concorda com novo depoimento de instrutor de tiro, que pode revelar mandante em MT

Victor Ostetti/MidiaNews

 

O Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), em um parecer, disse ser favorável a realização de um depoimento extra, pedido este feito pela defesa do instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de participação na morte do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. Ele teria sido o intermediário do homicídio, atuando juntamente com o coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que financiou o crime, e o pedreiro Antônio Gomes da Silva, autor dos disparos que mataram o jurista.

O parecer foi feito após a defesa do instrutor de tiro Hedilerson Fialho Martins Barbosa pedir um interrogatório complementar para que ele possa se defender do conteúdo constante no Relatório Técnico de extração do celular do coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas. Segundo os advogados, o documento foi juntado após o encerramento da fase de instrução processual, o que fez com que pudesse se configurar um possível cerceamento de defesa.

No parecer, o MP-MT alega que o documento foi juntado pela secretaria da 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Foi ressaltado ainda que o material já havia sido anexado ao material que tramitava no Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) e que os advogados já poderiam ter acessado o relatório desde julho, quando foi habilitado no processo.

Mesmo assim, o órgão ministerial não se opôs ao pedido. “Portanto, quando da habilitação dos causídicos, ocorrida em 05/07/2024, o documento já estava disponível. Vale dizer: a defesa de Hedilerson teve acesso ao conteúdo do relatório de extração do celular do réu Etevaldo Luiz Caçadini antes, inclusive, de encerrada a instrução processual do presente feito, que só se deu no dia 23/07/2024. Contudo, em que pese o acima exposto, o Ministério Público não se opõe ao pedido formulado, em homenagem à ampla defesa”, diz o parecer.

Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros.

O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Também foram presos o instrutor de tiro, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e dono da arma usada no crime, além do coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que teria financiado o homicídio.

Aníbal Manoel Laurindo foi apontado pelos investigadores como sendo o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. A motivação seria uma disputa de terra, na qual perdeu uma fazenda, no valor de R$ 100 milhões, em Paranatinga.