Construído às margens das rodovias BR-070 e Imigrantes, próximo ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, o Residencial Novo Mundo carece de serviços públicos básicos, como iluminação e transporte. Essa situação levou a 6ª Promotoria de Justiça Civil da cidade a instaurar inquérito para acompanhar as providências que a Prefeitura Municipal adotará para melhorar a qualidade de vida dos moradores do conjunto habitacional.
No inquérito, o promotor Rodrigo de Araújo Braga Arruda destaca que o “Novo Mundo” faz parte do programa federal “Minha Casa Minha Vida” e foi construído com recursos transferidos do Orçamento Geral da União (OGU) e geridos pelo Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). No loteamento, há cerca de 400 casas. Entretanto, apesar de aprovadas pela administração municipal, as primeiras etapas do residencial foram entregues até mesmo sem uma entrada principal. “Consoante noticiado pelos moradores, a construtora que realizou e entregou as obras, a Construtora Aurora, não construiu as entradas da maneira divulgada na propaganda, tanto pela BR-070, como pelo bairro (saindo pelo Jardim Eldorado ou São Matheus)”, afirma o promotor.
Além disso, o trajeto da entrada não foi asfaltado, o que provoca muita poeira ou lama e buracos. Atualmente, as duas laterais da entrada estão tomadas pelo mato alto, o que atrapalha a visibilidade e não há iluminação pública. A falta de infraestrutura tem feito com que moradores coloquem as casas à venda. Outras unidades encontram-se tomadas pelo mato, o que demonstra que estão abandonadas. “A iluminação pública é precária, não temos uma área de lazer, uma praça, não tem uma creche ou uma escola, sendo que a mais próxima fica no São Matheus e não passa ônibus por falta da estrada”, criticou a cabeleireira Talita Rodrigues, de 26 anos.
Além de dificultar o acesso dos próprios moradores, Talita explica que a inexistência de uma via específica que dê acesso ao residencial é usada como justificativa para que seja instalada uma linha de transporte coletivo no local. “Quem não tem carro tem que ir até o ponto mais perto do São Mateus ou até a Avenida Júlio Campos para pegar um ônibus”, comentou.
Segundo o pintor Nelson Carlos Teixeira, de 54 anos, a ausência de serviços básicos favorece a ação de marginais, que arrombam e furtam com frequência as residências. “Polícia por aqui quase a gente não vê”, lamentou.