Jucineide Leite Dias de Moraes, de 53 anos, primeira pessoa a realizar a cirurgia de Parkinson em Mato Grosso, em 2016, ingressou na Justiça para obter uma liminar para a realização de novo procedimento. O G1 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), mas ainda não obteve resposta.
Em 2016, Jucineide, então com 48 anos, foi a primeira paciente a passar pela cirurgia de Parkinson pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso. A doença que não tem cura e atinge milhares de pessoas no país afeta o sistema nervoso central e prejudica o movimento do paciente, geralmente causando tremores.
Jucineide sofria com tremores que, com o passar dos anos, se tornaram incontroláveis. Ao longo dos 10 anos de tratamento, os remédios pararam de fazer efeito e a dona de casa se viu impossibilitada de desenvolver tarefas simples do cotidiano, como tomar banho, comer ou beber sozinha. Ela também perdeu o movimento das pernas e viu, com alívio, a chance de passar por uma cirurgia que poderia por fim ao seu sofrimento.
Agora, o equipamento implantado em Jucineide parou de funcionar e desligou. A cirurgia se baseia na implantação de um sistema para estimulação cerebral profunda, um equipamento semelhante ao marca -passo cardíaco, que controla o ritmo do coração, mas que modula a atividade elétrica das estruturas profundas do cérebro, logo após a cirurgia, a melhora do quadro da dona Jucineide foi visível.
Ocorre que há aproximadamente um mês, o aparelho (implante de DBS), descarregou sua bateria, voltando drasticamente os sintomas da doença, deixando a impossibilitada de fazer as coisas mais simples do dia. “Diante deste quadro gravíssimo, a autora precisa fazer a troca do aparelho DBS, conforme laudos que junta em anexo, a cirurgia deve ser realizada com máxima urgência e até a presente data não foi autorizado, deixando a autora em estado vegetativo . De posse da documentação necessária, a autora buscou junto ao SUS - Sistema Único de Saúde - a aprovação para a realização da cirurgia, o qual até a presente data ainda não fora autorizado a sua realização, causando sérios e graves prejuízos a requerente, que não está nem levantando mais da cama”, diz trecho da ação.