A retomada das obras da parte elétrica da Arena Pantanal determinada no dia 9 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) após a morte do operário Muhammad Ali Maciel Afonso, 32, vítima de um choque elétrico, será autorizada na manhã desta quarta-feira (14). A informação é do chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Mato Grosso (MTE), José Almeida. Ele disse que sua equipe fez uma análise no local nesta terça-feira e só não fez a desinterdição, por falta de tempo.

Em nota, a empresa também disse que "o Ministério do Trabalho, seguindo seus procedimentos padrões de conferir a documentação, autorizou parcialmente a Etel Engenharia a retornar a obra na Arena Pantanal a partir de amanhã, dia 14 de maio".

O órgão determinou a interdição, um procedimento de rotina quando ocorrem acidentes em alguma obra, até que a Etel Engenharia, empresa que integra o Consórcio CLE, responsável pela parte elétrica da Arena Pantanal, apresentasse toda a documentação que comprovasse existir condições e meios de garantir a integridade e segurança dos operários. Os últimos documentos foram entregues nesta segunda-feira (12) e nesta terça-feira a equipe do MPE foi ao estádio averiguar.

“Nesta quarta-feira pela manhã vamos fazer a desinterdição parcial. Será autorizada a continuidade dos trabalhos somente no tocante aos funcionários que estiverem devidamente regularizados e aptos a continuar exercendo suas atividades sem qualquer risco”, relatou Almeida ao GD. Ele pontuou que são apenas procedimentos de supervião, mais uma questão comportamental, como por exemplo se a rede elétrica está desenergizada e oferece as condições para o operário trabalhar em segurança.

No dia do acidente, na quinta-feira (8), familiares do operário Muhammad Ali Maciel Afonso, 32, denunciaram que ele estava em desvio de função pois foi contratado como montador e estava atuando como eletricista sem ter qualquer curso ou formação. No mesmo dia, a Etel Engenharia negou o desvio de função, mas afirmou, em nota, que ele desempenhava a função de eletricista, pois “em razão do seu esforço, após receber todos os treinamentos e encontrar-se apto para o exercício da função de eletricista, estava dando início a uma nova fase de sua carreira”.

Contudo, agora, a empresa emitiu outra nota, onde “desmente” ela própria. Afirma no novo comunicado que “o operário Muhammad’Ali Maciel Afonso, de 32 anos, que morreu após receber descarga elétrica, não estava em desvio de função. Ao contrário do que foi divulgado em comunicado pela Etel, no dia 8 de maio, Muhammad era montador. O seu trabalho consistia em executar infraestrutura em leito, eletrocalha, eletrodutos, perfilados e posterior lançamento dos circuitos desernergizados. Muhammad estava trabalhando em uma rede desenergizada, apropriada para sua habilidade e função”.