O Coral dos Sonhos, formado por alunos da Escola Municipal Elza Luíza Esteves, localizada no bairro Canjica, em Cuiabá, cantou e encantou a todos no evento promovido pela Procuradoria-Geral de Justiça, nesta quarta-feira (07), em homenagem ao Dia das Mães. Sob a regência de Rosimeire dos Santos, as crianças conseguiram despertar na plateia demonstrações de alegria, saudades, admiração e reconhecimento.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, falou sobre a importância do papel exercido pela mães nas famílias e agradeceu às homenageadas a dedicação prestada ao Ministério Público. Na oportunidade, também foi apresentado um vídeo em que o procurador-geral de Justiça faz uma singela homenagem a quatro mães que vieram do Haiti e hoje trabalham no MP: Emmanuella auguste, Helene Edmon, Matide Sanan e Mislaine Revanche. (Confira o vídeo).
A servidora Jorgina de Fátima Marcondes Guidio também prestou uma homenagem às mães, declamando duas poesias. O encerramento do evento ficou a cargo do coral do Ministério Público.
Falar de Mãe
Que difícil falar de mãe!
Acho que nunca encontrei um tema tão abrangente.
Um tema daqueles que a gente, começa mas não termina.
Termina, mas não acaba. Acaba, mas não diz tudo.
Dá uma vontade de ficar mudo! sentindo somente uma dor
por ter esquecido mais uma.
Ou não dizer coisa alguma, e escrever somente: AMOR
Que difícil falar de mãe!
Sem esquecer de nenhuma.
Dizer da mãe que trabalha?
Daquela que tanto batalha, que pouco curte os seus filhos?
E aquela que renuncia.
Que as vezes se sente vazia, somente os cria?
E como dizer das que foram, sem dizer das que ficaram?
E aquelas que abandonaram?
Se todas de um jeito ou de outro são mães?
Sobre essas, não as julguemos. Até por que não sabemos, sequer se elas são sãs.
O que dizer das mães meninas, daquelas que por mais que se ensina, acabam por dar a luz?
Então pensei nas que assistiram seus filhos quando partiram...
Naquelas que lembram Maria, que vivem dia após dia sem um pedaço de si!
Foi então que eu desisti de escrever sobre mãe.
Fui ler poetas, autores, que sabem dizer das dores, que brincam com as palavras
Prá falar dos seus amores.
E muitos diziam coisas, dentre as quais selecionei “Prá Sempre” do Drumond de Andrade, essa que agora lerei.
(Jorgina de Fátima Marcondes Guidio)
Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora, luz que não se apaga
quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura, ar puro, puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
(Carlos Drummond de Andrade)