O sargento da Polícia Militar, Jectan Presley Rodrigues Barros da Silva, virou réu após um “surto” ocorrido no ano de 2020, em Nortelândia (227 KM de Cuiabá), quando tentou “descarregar” uma pistola ponto 40 contra outros colegas de farda usando uma arma descarregada. O juiz da 11ª Vara Criminal Militar, Marcos Faleiros, aceitou no último dia 23 de fevereiro a denúncia contra o sargento PM, que deverá responder por tentativa de homicídio, ameaça e resistência à prisão. Jectan Presley Rodrigues Barros da Silva deve ser submetido ao chamado Conselho Permanente de Justiça – uma espécie de colegiado, composto por oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros, que julgam os crimes e infrações cometidos por eles mesmos.
Marcos Faleiros intimou as partes do processo – o sargento PM e o Ministério Público do Estado (MPMT) -, para uma audiência que deverá ocorrer no dia 10 de abril de 2023. “Havendo nos autos material probatório mínimo e potencialmente apto a deflagrar a persecução penal, recebo a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Proceda-se ao necessário para citação dos acusados”, diz trecho da decisão.
Segundo informações do processo, uma guarnição da PM de Nortelândia recebeu várias ligações no dia 9 de fevereiro de 2020 de que um policial estava “extremamente alterado, efetuando disparos de arma de fogo e forçando alguns portões das residências da rua”. Ao chegar ao local, os policiais foram informados de que o PM suspeito tinha fugido para a av. Getúlio Lino de Souza, em Nortelândia, e seguiram para o endereço.
Eles conseguiram localizar o suspeito, que estaria “em surto”. “Ao visualizar a viatura policial o referido militar começou a caminhar em direção à viatura e então apontou a arma de fogo em direção aos policiais, momento em que a guarnição desembarcou e se abrigou atrás da viatura e começou a verbalizar; foi possível verificar que o Sargento Rodrigues tentou efetuar alguns disparos, porém sem êxito, sendo que este ao perceber que não conseguiria atirar, arremessou a arma de fogo em direção a viatura”, diz trecho do processo.
Os policiais da guarnição contam ainda que conseguiram controlar a situação, algemando o sargento e o prendendo em flagrante. A PM também fez um visita à casa da mãe de Jectan Presley Rodrigues – um dos locais indicados pelos denunciantes nas ligações de que estaria havendo um tumulto causado pelo militar. Ao chegar na residência, os agentes a encontraram “toda revirada, com móveis e vários utensílios quebrados”.
Em caso de condenação, o sargento PM pode ser expulso da Corporação.
Jair costa
Segunda-Feira, 06 de Março de 2023, 10h14