Hernandes Lima de Siqueira, 25 anos, acusado de envolvimento na morte do sogro, o investigador aposentado Derli José Alves, 56 anos, confessou que teria cometido o crime, usando a própria arma da vítima. A versão foi dada em depoimento à Polícia Civil após ser preso, após se entregar na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na última quinta-feira (23).
Hernandes teve sua prisão convertida em preventiva, após audiência de custódia, nesta sexta (24), em Cuiabá, pelo juiz Jamilson Haddad. Derli estava desaparecido desde a noite dessa terça-feira (21). Existe a suspeita de que a filha e o marido tenham matado o policial para não pagarem R$ 60 mil que ela tinha emprestado do pai. Ela usou o dinheiro para comprar um veículo Jetta.
Na presença de seu advogado, Hernandes contou que: “chegou ao sítio na companhia do amigo Lucas Fernando Ferreira Albuquerque, dizendo que para lá foi para "brigar" com Derli devido a problemas anteriores, levando a referida pistola; sobre esta, disse que pertencia a Derli, porém extraviada (por ele), meses atrás, em um acidente de carro, oportunidade em que Hernandes retornou ao local e se apropriou do armamento”, diz trecho de sua defesa, na decisão que o manteve preso.
Em seguida, o suspeito afirmou que quando chegaram ao local, os dois começaram a discutir, quando em determinado momento, Lucas sacou a arma e atirou contra Derli. “Chegando ao sítio, iniciou-se discussão com Derli, o qual teria sacado o revólver (apresentado) contra ele (e Lucas), ao que Lucas efetuou disparos contra Derli, fazendo uso da referida pistola 635;Lucas deixou o local no veículo JETTA, mas lá (Hernandes) permaneceu; após, Vanessa surge no barracão, e contra ela efetua disparos fazendo uso do revólver; na sequência coloca o corpo (de Derli) na carroceria da caminhonete e segue para a dispensa do cadáver, informando como às margens do anel viário, sentido região do Sucuri, onde realiza a dispensa do corpo”.
Vanessa, que é esposa de Derli, mesmo ferida, conseguiu pedir ajuda usando o celular. Ela está internada em estado grave no Hospital Municipal de Cuiabá.
Na decisão, o magistrado afirmou que ficou evidenciado a periculosidade social do suspeito “ pelo modus operandi do ato criminoso, já que fez uso de arma de fogo, em suposto concurso de agentes, o que revela a gravidade concreta do delito, causadora de intranquilidade social, corroborando para o receio de reiteração delitiva”.
Ressaltou que em liberdade geraria prejuízos à futura instrução processual. Além disso, sua prisão mantida, segundo o juiz, é uma resposta do judiciário esperada pela sociedade “diante do óbito de uma das vítimas, enquanto que a outra vítima corre sério risco de morte”.
“Diante do exposto, com fulcro no art. 310, inciso II, do CPP, converto a prisão em flagrante de Hernandes Lima de Siqueira, qualificado nos autos, em prisão preventiva, já que presentes os requisitos constantes do art. 312 e 313, do CPP e se revelam inadequadas e insuficientes às medidas cautelares diversas da prisão”, determinou o magistrado.
Regis
Sábado, 25 de Fevereiro de 2023, 20h29Rafael
Sábado, 25 de Fevereiro de 2023, 18h22