Médicos da rede pública de Cuiabá se reúnem na tarde de hoje em frente à Câmara dos Vereadores para manifestar o contra o que chamam de “descaso da administração com a saúde pública da Capital”. Os profissionais estão em greve há 19 dias e ainda não deram início às negociações com a prefeitura.
Ao todo, cerca de 690 profissionais teriam aderido à greve para cobrar melhorias na área da saúde pública, bem como na qualidade de trabalho. Além disso, eles visam o aumento no pagamento do piso salarial. Desde o começo da greve, a categoria e a prefeitura trocaram uma série de acusações. Na última semana, o município deixou claro que a greve tem motivação política, já que a presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed-MT), Eliana Siqueira, seria filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT).
O procurador-geral do Município, Rogério Gallo, foi um dos que atacaram o suposto viés político da paralisação. Para ele, não faz sentido que a greve esteja sendo feita somente em Cuiabá, uma vez que em outras cidades as demandas são similares às da Capital.
Por seu lado, o Sindmed explicou que o movimento “acontece diante dos descumprimentos acordados com o município”. O sindicato ainda diz ter reunido “uma série de provas” para confirmar que os acordos não estavam sendo cumpridos desde abril.
A prefeitura até tentou barrar a paralisação, entretanto a Justiça declarou a legalidade da greve, mas estabeleceu uma série de posturas que deveriam ser respeitadas pela categoria, sob pena de multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento.
O atendimento nas unidades não foi paralisado, mas não está acontecendo com todo o efetivo empenhado. Na escala do sindicato, o atendimento será de 70% nos serviços ambulatoriais e 100% nos atendimentos de urgência e emergência até o próximo mês.
No começo da paralisação, os atendimentos seriam de 30% nas unidades básicas, mas foi determinado o atendimento com 70% do efetivo. Atualmente o piso salarial inicial dos médicos é de R$ 3,5 mil, mais 40% de insalubridade, totalizando para 20 horas um inicial de R$ 5 mil, mais prêmio-saúde e plantões.