Professores e servidores da rede de ensino público em greve há 17 dias realizaram manifestação pública durante a tarde desta quinta-feira (13). Partindo da altura da Ponte Velha, no lado de Várzea Grande, cerca de 600 pessoas caminharam com carro de som até a Praça do Porto. Lá, interditaram a ponte. O trânsito no local continuava travado até o fechamento desta matéria.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Valdeir Pereira, o governador Mauro Mendes (DEM) impõe retrocesso e opressão aos servidores públicos. “A única coisa capaz de terminar com a greve no Estado não são as ameaças dele, mas o atendimento às pautas legítimas dos trabalhadores”, disse em discurso.
A categoria alega que Mauro Mendes não apresentou nenhuma contraproposta para substituir a exigência dos pagamento dos 7,68% relativos à lei de dobra do poder de compra (Lei 510/2013) e ao pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) nos termos em que foram acordados com o antigo gestor em 2018.
O recado enviado ao chefe do Executivo era claro no sentido de aumentar ainda mais a mobilização enquanto não forem apresentados argumentos ou soluções para as demandas, que incluem também melhoria na infraestrutura das escolas e aparelhamento pedagógico, contratação dos aprovados em concurso público, entre outros pedidos. Para o Sintep, a situação em 400 escolas estaduais mato-grossenses excede à emergência porque estão “totalmente sem condições” de uso. O governo anunciou recentemente o aporte de R$ 30 milhões em caráter emergencial para a questão. Entretanto, também avisou que vai seguir entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e por isso cortar o ponto e descontar todos os dias não trabalhados durante o período de greve.
“Temos que nos mobilizar cada vez mais e não aceitar o estelionato eleitoral, porque durante as eleições Mauro Mendes veio com outras propostas e agora mudou completamente o que havia prometido”, afirmou Valdeir Pereira no início da fala ao público presente.
O sindicalista nega o constantemente divulgado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e a comunicação do governo, de que a greve tem baixa adesão e concentrada somente na capital e baixada cuiabana, pois ninguém teria parado no interior. Nas palavras dele, “falácia”, lembrando a paralisação geral convocada para esta sexta-feira (14). “É uma tentativa de minar o movimento, que tem um elemento novo [a paralisação geral e as ameaças de adesão por parte dos servidores do Meio Ambiente e Saúde]”, continuou, afirmando que as aulas não retornarão enquanto não forem atendidos.
Judicialmente, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu liminar ao governo proibindo que o Sintep impeça a entrada de professores e ou alunos nas escolas da rede estadual, além da realização de piquetes e discursos nas unidades. A decisão é da desembargadora Marilsen Andrade Addario, que instituiu multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
TRÂNSITO
Motoristas que passavam pelo local reclamaram do que consideraram transtorno no tráfego, pois a manifestação teve início no começo desta tarde e justamente numa região de grande fluxo de carros, caminhões, ônibus e pedestres. “Podiam fazer isso na UFMT ou num sábado ou domingo, já é difícil o suficiente passar por este pedaço”, reclamou um motorista de aplicativo que pediu para não ser identificado via WhatsApp.
Paolo
Quinta-Feira, 13 de Junho de 2019, 18h35JORGE PINTO BOTELHO
Quinta-Feira, 13 de Junho de 2019, 18h11