Momentos de autoconhecimento, reflexão, troca de experiências e empatia. Essas são algumas das características dos Círculos de Construção de Paz, realizados para os aproximadamente 20 reeducandos da ala LGBT do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC). O objetivo é implementar o método de restauração e solução de conflitos na unidade e as ações são feitas pelas facilitadoras do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), em parceria com o Núcleo Gestor de Justiça Restaurativa (Nugjur).
Em abril, outro círculo, com o mesmo objetivo, foi realizado para as reeducandas da Cadeia Pública Feminina de Tangará da Serra (239 km a médio-norte de Cuiabá). “Estamos aqui para formar bons relacionamentos entre os participantes. Eles serão acompanhados regularmente pelos facilitadores formados e poderão repassar essas experiências para as outras pessoas que convivem com eles no sistema prisional”, pontou Ana Teresa Pereira Luz, orientadora do Nugjur.
Os círculos tiveram o apoio e acompanhamento das orientadoras do Nugjur do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Ana Teresa e Roseli Barreto Coelho Saldanha, além das facilitadoras Natália Pereira Antunes e Francislene Santos Vilela Pinto.
Os círculos de paz integram o programa Justiça Restaurativa, implantado no Poder Judiciário com o intuito de mudar a percepção da justiça criminal tradicional, por meio da sensibilidade e escuta dos ofensores das vítimas.
O trabalho consiste no encontro entre a vítima, as pessoas que a apoiam, o ofensor, juntamente com as pessoas que vão ajudá-lo na reparação dos danos. Quem faz esse trabalho é o mediador ou conciliador credenciado para trabalhar no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da comarca.