“Este é um dia histórico. Após um longo percurso de mais de uma década de desafios, estamos diante de um sonho que se tornou realidade”. Com essas palavras, o então presidente do TRT de Mato Grosso, juiz Roberto Benatar, abriu seu discurso durante a cerimônia de inauguração da sede própria do Tribunal. Isso foi há exatos 20 anos.
A solenidade, realizada na noite de 5 de agosto de 2005, foi marcada por um clima de festa e contou com a presença de autoridades, servidores e membros da sociedade. A solenidade reuniu centenas de pessoas no espaço onde, mais tarde, seria instalado o estacionamento das varas trabalhistas de Cuiabá.
A conquista era significativa. A nova sede representava mais do que um avanço estrutural. Era o encerramento de um longo período em que o TRT/MT funcionava em um prédio alugado, na avenida Fernando Corrêa da Costa, com instalações precárias e condições inadequadas de trabalho. Quem viveu aquele tempo se recorda das dificuldades: espaços reduzidos, mobiliário ultrapassado, riscos à segurança e até mesmo a falta de banheiros suficientes.
O presidente do Tribunal Superior do Trabalho na época, ministro Vantuil Abdala, participou da cerimônia e destacou o empenho coletivo envolvido na obra: “Quem merece os parabéns são os juízes, os servidores e todos os que trabalharam nesta obra”.
Iniciada em 1996, após a cessão do terreno pelo Governo do Estado em 1993, a obra enfrentou diversas dificuldades. O contrato previa a conclusão em 810 dias, mas o cronograma sofreu atrasos devido à interrupção dos repasses federais. A construção foi suspensa em duas ocasiões - 1998 e 2001 - o que gerou aumento de custos e a necessidade de reestruturação dos trabalhos.
Apesar dos obstáculos, a obra ganhou reconhecimento nacional. Um relatório do Tribunal de Contas da União, publicado em 1999, classificou o projeto como exemplo de boa prática e recomendou que os dados da construção fossem levados ao Congresso Nacional como modelo para a administração pública, com elogios à transparência, o zelo com os recursos e o baixo custo por metro quadrado, abaixo da média nacional.
Duas décadas depois, a inauguração da sede é lembrada como um marco. Servidores e magistrados que participaram da mudança contam que, mesmo após anos de atuação na Justiça do Trabalho, a sensação foi de recomeço. “Era como começar tudo de novo, só que desta vez com salas amplas, conforto e estrutura adequada para prestar um serviço melhor à sociedade”, recordam.