Cidades Domingo, 15 de Junho de 2025, 12h:36 | Atualizado:

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SEM MOAGEM

Sem jalecos e laboratório, livro torna ciência acessível à população

Projeto visa levar conhecimento e desmistificar ciência

MARIANA DA SILVA
Gazeta Digital

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livro ciencia sem moage

 

O estereótipo de cientista de cabelos brancos, jaleco, óculos, em um laboratório repleto de tubos de ensaio com substâncias coloridas e misteriosas ainda é frequente no imaginário coletivo quando se fala em ciência. No entanto, um grupo de estudantes e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) tem trabalhador para desmistificar esta imagem e tornar o tema mais popular. Para promover maior acessibilidade ao universo científico, os integrantes do projeto Ciência Sem Moage desenvolvem ações de propagação de conhecimento nas redes sociais e, mais recentemente, publicaram um livro educativo para distribuição gratuita nas escolas.

Com o mesmo nome do projeto, o livro nasceu da vontade de exemplificar conceitos e fenômenos científicos para tornar os temas mais compreensíveis para a população, em especial as crianças. Com linguagem simples e ilustrada, a obra já começou a ser levada às unidades de ensino.

O coordenador do projeto e professor de Química Geral e Inorgânica da Faculdade de Ciência e Tecnologia do Campus de Várzea Grande da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutor Felipe Thomaz Aquino, conta que a vontade de levar informação descomplicada ao público surgiu ainda na pandemia, em 2020. A ideia nasceu com o objetivo de combater a desinformação tão disseminada na época, mas também por notar algumas dificuldades de aprendizado de estudantes que iniciavam o curso.

“Nós estávamos isolados. Ainda não havia sido aprovado o ensino EAD e, em 2020, eu já tinha 4 anos na UFMT e estava percebendo a dificuldade que os alunos tinham em conceitos fundamentais. Eu dou aula para os primeiros semestres e percebi falhas muito grandes que vinham do ensino médio, do fundamental. Meu irmão é influencer digital, ele trabalha com isso e ele sempre falou: 'você é um cientista, você tem que falar sobre ciência', então eu decidi fazer o projeto no Instagram e aí a coisa foi crescendo, fizemos também podcast”, explica.

Devido à pandemia, inicialmente o projeto fazia publicações mais voltadas para a área da saúde como saúde física, mental, imunologia e foi expandindo para outros temas.

Já em setembro de 2024, a partir de um edital da pró-reitoria de cultura, vivência e extensão universitária, a oportunidade de materializar um sonho antigo dos estudantes virou realidade: a publicação do livro.

“A população não tem acesso ao conhecimento e está imersa no uso excessivo das redes sociais, em que a informação é ‘picotada’, cheia de fake news. Combater isso foi um dos objetivos do projeto desde. Trazer informações de forma correta, com pesquisa. Então, a gente precisa trazer instrução para a população para ter esse senso crítico, para dar continuidade a serem os cientistas de amanhã, para que eles se desenvolvam. A ciência não é uma coisa que fica fechada nos laboratórios, feita por pessoas de jaleco. A ciência é todo o conhecimento”, argumenta.

Contemplados pelo edital, veio um novo desafio: aprender a fazer um livro. O foco dos estudantes passou a se concentrar em pesquisar e colocar na escrita temáticas de forma acessível e didática, além da estruturação do produto impresso. Após meses de dedicação, o livro estava pronto.

A obra traz curiosidades científicas sobre diversos temas relacionados ao conhecimento, como: saúde, gastronomia, história, astronomia, ecologia, sociologia e biologia em 104 páginas. De acordo com Felipe, a proposta é convidar as pessoas a voltar a ter um olhar de criança com encantamento e curiosidade, como faz um cientista.

“Esse livro está sendo distribuído de forma gratuita e a ideia é as crianças pegarem esse livro e sair um pouco do mundo digital. A gente já fez uma ação no Instituto Casarão das Artes, lá no bairro Pedra 90, aqui em Cuiabá, e é uma coisa que não tem preço. O reconhecimento das crianças é impagável, elas olhando, prestando atenção”, relembra.

Segundo o professor, o objetivo é fomentar o interesse das crianças para que se apegue à vontade de explorar o conhecimento e sonhar, futuramente, em também buscar formação superior.

“As reações foram muito positivas. Esse retorno das crianças abrindo os livros e folheando. Também entreguei para pessoas próximas que têm crianças, vizinhos. Mesmo as que não sabem ler ainda ficaram encantadas com as figuras e espero que com esse livro a gente consiga imprimir e distribuir de forma massiva, a ideia é disponibilizar para outras escolas do Brasil que quiserem imprimi-lo”, cita.

O livro também será disponibilizado nas redes sociais de forma digital, já que ainda não é possível uma distribuição para toda a população. Atualmente o projeto tem realizado ações com recursos próprios do coordenador e por parcerias com empresas, escolas e institutos sociais e busca recursos financeiros para bolsas, diárias, materiais de consumo e também para impressão de mais livros.

Interessados em conhecer o trabalho do projeto podem acessar o Instagram do Ciência Sem Moage e o canal no Youtube.





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