O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem (Sinpen-MT) denuncia que plantão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Pronto-Socorro de Cuiabá, ficou sem médico. Em vídeo, o presidente do Sindicato, Dejamir Soares, contou que recebeu reclamações dos servidores e que buscou o secretário-adjunto Milton Correa, mas não foi atendido.
De acordo com o relato do sindicalista, no sábado (6), ele foi comunicado que às 21h30 não havia médico plantonista responsável pela UTI 1, que atende pacientes com covid-19, e que os enfermeiros, técnicos e fisioterapeutas estavam sozinhos. “Havia 9 pacientes graves, entubados em situação estável e com respiradores”, afirma o presidente.
Ele, então, acionou o secretário-adjunto, mas não foi atendido. Logo, conseguiu contato com o procurador do município e este falou com o secretário, que garantiu que a demanda do sindicalista não procedia. Os servidores estariam mentindo. “Falei de novo com a equipe e fui informado que ainda não tinha médico. Que a orientação passada pelo administrativo era para que se alguém piorasse, correr na UTI 2 e chamar um médico”, narra.
Após o contato, o diretor do HMC, Alexandre Beloto, informou ao sindicalista que o problema estava resolvido. No entanto, os servidores disseram que o plantão transcorreu sem médico.
Além da reclamação quanto à falta de médico, Dejamir denúncia que o Equipamento de Proteção Individual (EPI) é de má qualidade e não garante a segurança dos trabalhadores.
Nota de esclarecimento da Prefeitura
Em relação às denúncias do presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso, Dejamir Soares, a Secretaria Municipal de Saúde informa:
- O secretário-adjunto da pasta responsável pelo Hospital de Referência, Milton Correa da Costa, confirmou que recebeu uma mensagem de boa noite do Dejamil, mas como recebe diariamente um número muito grande de mensagens, não consegue responder todas.
-No sábado (06) mais dois médicos que fazem parte da equipe do Hospital de Referência para Covid-19 entraram com atestado médico. Diante dos 400 afastamentos de profissionais desta unidade, muitos por serem de grupo de risco, naquele plantão (do dia 06) não existia outra possibilidade a não ser pedir que o médico plantonista suprisse a demanda.
-Ele ressaltou que não houve uma comunicação prévia por parte dos médicos, e que mesmo se tivesse acontecido essa comunicação, o procedimento a ser adotado foi correto, pois o paciente não pode ficar sem nenhum tipo de suporte médico. Como secretário adjunto da pasta e como médico, ele jamais se furtaria a dar atendimento aos pacientes internados, uma vez que é uma atribuição inerente a sua função.
-O secretário adjunto revelou que nesta segunda-feira (08) está fazendo a contratação de mais médicos para suprir esta demanda.