Cidades Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025, 10h:35 | Atualizado:

Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025, 10h:35 | Atualizado:

Notícia

Tecnologia, criatividade e colaboração marcam encerramento do 1º FestLabs Centro-Oeste

 

Da Redação

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

laboratorio.jpg

 

Em uma tarde marcada por inspiração, colaboração e tecnologia, o 1º FestLabs Centro-Oeste reafirmou o protagonismo dos laboratórios de inovação como espaços de transformação no Poder Judiciário. Realizado em Cuiabá (MT), o segundo dia de programação, nesta sexta-feira (13 de junho), uniu teoria e prática para mostrar que a inovação, além de ferramentas digitais, nasce da escuta ativa, da coragem de questionar padrões e da capacidade de construir soluções de forma coletiva.

Com palestra e oficina "fora da caixa", o evento promoveu reflexões sobre os desafios da Justiça contemporânea, como o enfrentamento de fake news, deepfakes e o uso oportuno de ferramentas digitais e da Inteligência Artificial (IA). O encontro também apresentou propostas concretas para fortalecer a cultura de inovação e fomentar o pensamento criativo entre magistrados(as), servidores(as) e colaboradores(as) de diversos ramos e regiões do Judiciário brasileiro.

A jornada teve início com a palestra “Toda ideia carrega um truque: a arte de pensar fora da caixa na Justiça”, conduzida pelo juiz Thiago Aleluia, do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI). Com uma abordagem reflexiva e interativa, com números de mágica integrados ao conteúdo, ele propôs um debate sobre os desafios enfrentados pela Justiça na era da informação digital, sob a perspectiva de como a tecnologia pode e deve ser aliada na proteção da integridade dos processos judiciais.

Foram expostas possibilidades de aplicação de ferramentas como blockchain e inteligência artificial para ampliar a segurança, rastreabilidade e confiabilidade das informações no ecossistema judicial. A abordagem reforçou que o avanço tecnológico, quando integrado de forma ética e estratégica, pode fortalecer a credibilidade institucional e contribuir para uma Justiça cada vez mais eficaz, acessível e preparada aos desafios contemporâneos.

"O desafio não está apenas em aplicar novas tecnologias, mas em construir uma Justiça mais segura e humanizada, capaz de enfrentar questões como fake news e deepfakes com criatividade e coragem. Pensar fora da caixa é, antes de tudo, pensar nas pessoas”, pontuou.

Thiago também ressaltou o papel da cultura de inovação como motor de transformação institucional. Segundo ele, investir em pessoas é tão importante quanto investir em tecnologia. “A criatividade nasce quando o ser humano se sente parte do processo. O Judiciário precisa acolher essa potência coletiva”.

Na sequência, os participantes mergulharam na “Oficina Criativa – Construindo o Continente”, uma vivência imersiva baseada em metodologias de Design Thinking. Com base nos aprendizados e dores mapeadas no primeiro dia, a oficina foi estruturada em quatro blocos: redefinição do desafio, ideação, prototipagem e pitch. Os(as) participantes foram desafiados a transformar perguntas estratégicas em soluções concretas. A proposta foi incentivar o pensamento criativo, conectar experiências entre os laboratórios e construir protótipos de ações que possam ser testadas, aprimoradas e aplicadas nos diferentes contextos do Judiciário brasileiro.

“Essa jornada é, na verdade, um exercício de cidadania institucional. Saímos das nossas ‘ilhas’ para construir um continente comum, onde diferentes ideias convivem e se fortalecem. O FestLabs nos desafia a colaborar, ouvir e, principalmente, criar juntos”, explicou o facilitador David Montalvão.

A proposta de integrar IA também foi levada à avaliação final dos pitches. Isso porque os projetos desenvolvidos pelas equipes foram submetidos à análise, em tempo real, de uma inteligência artificial, que atribuiu pontuações objetivas com base nos critérios previamente definidos e alinhados às diretrizes da Resolução CNJ nº 395/2021, que estabelece as diretrizes da Política de Gestão da Inovação no Poder Judiciário. Entre os pontos observados pelo prompt estavam a relevância e a complexidade do problema enfrentado, a originalidade da proposta, o uso racional de recursos e o impacto comprovado das soluções. Também foram considerados o foco no usuário e na excelência do serviço, o alinhamento estratégico e normativo, além do nível de complexidade técnica e criativa envolvida. A experiência trouxe à tona uma nova camada de provocação sobre como a tecnologia pode atuar de forma técnica e criativa na gestão de inovações.

Então, as três soluções melhor avaliadas foram premiadas e representaram o reconhecimento ao esforço coletivo e à disposição em construir, de forma colaborativa, soluções para um Judiciário mais conectado à sociedade e ao seu tempo. O 1º lugar ficou com a equipe “SuperJud" com a proposta de um hub colaborativo, vinculado ao CNJ, para integrar soluções e vivências apresentadas pelos laboratórios de inovação de todo Brasil. Giovanna de Campos Belo, secretária judiciária do Superior Tribunal Militar (STM), e que integrou esse time, enalteceu a potência da colaboração entre os tribunais como motor da inovação. Para ela, o evento mostrou que, ao unir esforços, a Justiça pode avançar de forma coordenada e eficaz. “O que percebemos aqui é que os desafios enfrentados pelas diferentes justiças, estadual, federal, eleitoral, são bastante semelhantes. Quando nos reunimos para trocar experiências, fortalecer contatos e pensar juntos, criamos um ambiente de apoio mútuo que potencializa soluções e acelera transformações”, avaliou.

 

A troca de experiências promovida pelo 1° FestLabs Centro-Oeste foi destacada por diversos participantes como um avanço imprescindível para o fortalecimento da cultura colaborativa no Judiciário. Para Benedito Antônio da Costa, analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), o evento demonstrou como a cooperação entre os laboratórios de inovação pode promover soluções mais efetivas e integradas. “Esse tipo de colaboração é muito poderosa. A gente acaba descobrindo que tem muita gente para ensinar e muitos dispostos a aprender. Isso qualifica os serviços e mostra que não estamos sozinhos nos desafios”, avaliou. Já César Henrique de Oliveira Pereira, gerente de projetos do Programa Justiça 4.0 do CNJ, evidenciou o potencial das oficinas para gerar soluções replicáveis em âmbito nacional. “Essas dinâmicas ajudam a compartilhar iniciativas e a romper o estigma de um Judiciário fechado. De fora, muitas vezes se vê um mundo à parte. Mas aqui, com essa linguagem mais simples e acessível, todos podem participar, interagir e inovar juntos”, pontuou.

O consultor do Tribunal de Justiça de Ceará (TJCE), Sidan Orafa, também ressaltou o valor da experiência. “Foi incrível perceber os diferentes níveis de maturidade das iniciativas e como, apesar das realidades distintas, temos desafios comuns. A troca foi rica e humana. Saio daqui com o coração aquecido por fazer parte de um grupo que, mais do que pensar soluções, está engajado em melhorar a administração pública de forma coletiva e cidadã”, pontuou.

Para a juíza Joseane Carla Ribeiro Viana Quinto Antunes, coordenadora do Laboratório de Inovação do Poder Judiciário de Mato Grosso (InovaJusMT), a realização do evento em Mato Grosso foi motivo de orgulho coletivo. “Foi um grande desafio, uma enorme responsabilidade, mas a sensação é de dever cumprido. Só foi possível graças à dedicação de todas as pessoas que integram o ecossistema de inovação do nosso Tribunal, da alta administração à equipe de infraestrutura, passando pela comunicação e pela Escola. Cada um fez parte dessa entrega”, afirmou. Ela ainda revelou o interesse de outros Estados em replicar o modelo do evento, o que demonstra o impacto nacional da iniciativa.

Promovido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso com apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o FestLabs Centro-Oeste mostrou que a inovação no Judiciário é sobre escutar, repensar e agir, além de ferramentas digitais.





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet