A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) manteve válido um mandado de prisão contra Emerson Ferreira Lima, um suposto faccionado apontado como “contador” do Comando Vermelho. Alvo da operação “Apito Final”, Emerson está foragido desde abril de 2024, e seria um dos “cabeças” do núcleo do CV ao lado de Paulo Witer, principal alvo das investigações.
Os magistrados da Primeira Câmara seguiram por unanimidade o voto do juiz convocado Alexandre Ferreira Mendes Neto, relator de um habeas corpus ingressado pela defesa do suposto faccionado. A sessão de julgamento ocorreu na tarde desta terça-feira (29). O advogado que representa Emerson argumentou que a adoção de outras medidas cautelares diversas da prisão - entre elas, O uso de tornozeleira -, “colocaria fim à situação de foragido” de seu cliente.
Em seu voto, entretanto, o juiz Alexandre Ferreira Mendes Neto citou trechos das investigações que apontam que o suspeito era “elogiado” pela “lealdade e liderança” no cumprimento de ordens vindas de faccionados presos na Penitenciária Central do Estado (PCE). Ainda de acordo com o magistrado, Emerson era uma espécie de “contador” do Comando Vermelho, inclusive armazenando dinheiro em “bunkers” que seria utilizado por membros da organização criminosa.
“Ele seria integrante da facção Comando Vermelho com a função de realizar a contabilidade do dinheiro arrecadado pela organização criminosa e armazená-las em bunkers para acesso quando determinado pelas lideranças”, revelou o juiz.
De acordo com a Polícia Judiciária Civil (PJC), que deflagrou a operação “Apito Final”, Paulo Witer usava o time de futebol amador "Amigos do WT" como forma de lavar dinheiro do crime organizado. Ele foi preso em Maceió (AL) com o jogador Alex Junior Santos Alencar, onde acompanhavam um campeonato, no mês de abril deste ano, e é apontado como "tesoureiro" do "Comando Vermelho".
A operação cumpriu 25 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, além da indisponibilidade de 33 imóveis, sequestro de 45 veículos e bloqueio de 25 contas bancárias ligadas a um esquema de R$ 65 milhões. A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da PJC, revela que Paulo Witer “usava” diversas pessoas - incluindo amigos, familiares e advogados atuando como 'laranjas' - para adquirir imóveis, comprar e vender veículos, e também atuar na locação de carros.
Conforme as investigações, mesmo sem ter renda lícita, os investigados compraram duas BMW X5, um Volvo CX 60, uma Toyota Hilux, duas VW Amarok, um Jeep Commander, um Mitsubishi Eclipse e um Pajero, além de diversos Toyota Corolla.
Marcelo
Domingo, 03 de Novembro de 2024, 16h30Gordo
Domingo, 03 de Novembro de 2024, 16h10