Cidades Quinta-Feira, 17 de Setembro de 2015, 14h:02 | Atualizado:

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Turismo social atrai jovens de MT para vários países do mundo

 

G1

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Trabalhos voluntários têm atraído vários jovens mato-grossenses para várias partes do mundo. O lucro é a experiência da vivência e o conhecimento de diferentes culturas. Um deles é a estudante de psicologia Vitória Machado, de 18 anos, passou um mês e meio na cidade de Chihuahua, no México. Lá ela atuou em um abrigo para cães e em uma associação civil responsável por cuidar de pessoas com distrofia muscular.

No abrigo, Vitória conta que alimentava, repunha a água e limpava a instituição, que abrigava cerca de 90 animais. Nos finais de semana, a atividade programada era um passeio com os animais. A estudante da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) passou três semanas no local.

Ela afirma que o trabalho foi difícil, mas recompensador. “Esse projeto foi bem tocante porque o lugar era sujo, precário, havia vários insetos e trabalhávamos em um sol ardido igual ao de Cuiabá. Não foi fácil. [Mas] tenho certeza que esse trabalho fez a diferença na minha vida e na vida daqueles animais, que no fim nos conheciam e nos davam muito amor”, conta.

Na associação para pessoas com distrofia muscular, a cuiabana relata que ajudou os diretores da instituição a organizarem um encontro dos beneficiários. Na associação, chamada 'Enlace', ela afirma que ajudou na parte administrativa e. que quando o evento chegou, ela confeccionou junto com os portadores da doença alguns objetos, como porta-retratos e quadros.

Sobre esse trabalho, a estudante revela que se sentiu emocionada pela paixão das mulheres que atuam no projeto. “Durante essas duas semanas me senti muito tocada com o trabalho daquelas mulheres que são completamente apaixonadas pelo que fazem, mesmo não tendo um retorno financeiro”, conta.

A recompensa desses dias, segundo ela, foi conhecer pessoas e histórias que lhe fizeram redescobrir a definição de altruísmo.“Todos, de alguma forma, tocaram no fundo da minha alma, despertando em um mim um senso de compaixão enorme. Descobri em mim um ser humano muito mais humanizado, que eu desconhecia”, revela.

A bacharel em direito, Gabriela Andrade Gonçalves, de Barra do Garças, a 500 km de Cuiabá, foi um pouco mais longe. A jovem de 26 anos viajou para a Croácia e para a Polônia no final do ano passado. No primeiro país, deu aulas de português para adultos em uma biblioteca. No segundo, ensinou um pouco sobre a cultura brasileira a adolescentes.

Gabriela relata que a experiência obtida na Croácia foi impactante por causa do contexto histórico do país e porque, segundo ela, as aulas de português para os adultos puderam trazer uma nova esperança profissional para eles.

“Em um país que ainda se reestrutura de um cenário pós guerra [separação da Iugoslávia na década de 90], o desemprego ainda se faz presente e a busca por um diferencial no currículo é primordial. Ao mesmo tempo em que as aulas tinham impacto direto na questão profissional, também tinha um impacto indireto porque  algumas alunas sempre me diziam que aquelas aulas eram a melhor parte da semana delas”, revela.

Já na Polônia, a advogada, que deu aula para o 'high school' [ensino médio no Brasil], conta que ficou surpresa pelo jovens não conhecerem muito o Brasil. “Imaginei que muitos saberiam e falariam sobre o Neymar ou sobre a Gisele Bündchen. Mas pouquíssimos conheciam nosso país ou essas pessoas. O que achei bacana foi que minha presença acabou fazendo a diferença para eles nesse sentido, em propagar informações sobre o Brasil e, consequentemente, ampliar a visão de mundo dos jovens”, afirma.

A lição de superação foi o que lhe marcou no país. Na Polônia, Gabriela ficou hospedada em casas de algumas famílias locais e foi em uma dessas estadias que ela conta que tirou o maior aprendizado de toda a viagem.

“Eu tinha um 'irmão' em uma dessas casas de família que me recebeu, que ficou cego de um olho de um dia para o outro. Ele me contou que tinha 16 anos na época e nenhum dos médicos que ele consultou soube explicar o motivo. O problema é que o hobby preferido dele era tirar fotos, e ele era excelente nisso. Mas mesmo depois da perda da visão de um olho ele continuou tirando fotos e ainda passou a lecionar fotografia voluntariamente para crianças. Isso me mostrou uma garra e persistência incrível pela vida”, narra.

Danielle Carvalho, de 22 anos, chegou somente na última semana a Cuiabá. Com a experiência ainda quente na memória, 'Dani', como prefere ser chamada, conta que estava na Tailândia e que deu aulas de inglês em uma escola pública em uma província no interior do país, 'Sisaket'.

Dani, que cursa direito na UFMT, conta que esta foi a melhor experiência de sua vida. Para ela, a convivência com os tailandeses foi uma grande jornada de autoconhecimento.

“O povo tailandês é muito sorridente, se você não está sorrindo também, então alguma coisa está errada e eles não entendem você. O sorriso é principalmente importante para lidar com as crianças. Então, o autocontrole nas situações difíceis é necessário e foi um grande exercício pessoal de aprender a controlar o humor e a se sair bem das situações inesperadas”, revela.

Além das pessoas, Dani afirma que o país também lhe fisgou pelo estômago. “Eu passei a amar comida tailandesa, tanto que engordei cinco quilos lá. Lá as frutas são todas diferentes do Brasil e são muito saborosas. O tempero das comidas é sempre apimentado e já não consigo comer mais nada sem a pimenta”, confessa.





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