Cidades Terça-Feira, 15 de Março de 2022, 18h:58 | Atualizado:

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CAPACITAÇÃO

Venezuelanas vão trabalhar em padaria comunitária em Cuiabá

 

Eunice Ramos
TVCA

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Um grupo de mulheres venezuelanas fez um curso de panificação e confeitaria e trabalham em uma padaria comunitária no Bairro Jardim Fortaleza, em Cuiabá. O estabelecimento foi montado com o apoio do Centro Pastoral para Migrantes na capital.

Ao todo, cinco mulheres trabalham na padaria e recebem cerca de R$ 1,5 mil por mês.

A líder da Pastoral do Migrante Arlete Benitez disse que foram ofertados vários cursos para ajudar na qualificação das venezuelanas. "Eles passaram por curso de confeitaria, panificações, noções de etiqueta e regras de higiene para que a gente possa fazer um melhor atendimento para a sociedade", contou.

De acordo com a panificadora Suany Galvan, o trabalho ajuda a pagar as contas da casa.

"Dá para suprir as necessidades da minha casa, do meu filho, pagar o aluguel, alimentação, entre outras despesas", disse.

Segundo a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), uma a cada três venezuelanas que vivem no Brasil encontram mais dificuldades que os homens para conseguir um emprego com carteira assinada.

Quase 290 mil venezuelanos vieram para o Brasil. Desde a criação da operação acolhida em 2018, 64 mil pessoas que entraram pelo estado de Roraima, foram levados para outras regiões com adesão voluntária.

Mato Grosso é um dos estados que receberam esses imigrantes.

A advogada e engenheira agrônoma, Carmem Helena Hernandes fez duas faculdade e em Cuiabá ajuda na cozinha do abrigo. A venezuelana diz que o maior problema é a discriminação por ser migrante e mulher.

"Para nós, esse desafio de migrar é novo e não estamos acostumados. Sofremos muito", disse.

Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 5,5% dos municípios com a presença de imigrantes tem algum tipo de gestão migratória, o que dificulta ainda mais o acesso ao mercado de trabalho.

A coordenadora do Núcleo de Estudos de Vulnerabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Amini Haddad Campos, diz que é preciso criar políticas públicas adequadas para o atendimento e direcionamento deste público.

"Nós temos uma leitura desta comunidade e sabemos quais setores precisam ser desenvolvidos. Nós podemos dimensionar a capacitação dessas pessoas que estão chegando dentro dessas áreas específicas de demandas comunitárias", explicou.

A violinista Yndira Villarroel dá aulas em comunidades carentes de Cuiabá. Atualmente, ela passou em primeiro lugar no mestrado em cultura contemporânea na UFMT.

"Eu me sinto muito feliz, primeiramente por ter a oportunidade e contribuir com o que mais amo, que é minha arte", contou.

Já a artesã Yrevis Lopes está no Brasil há três anos. Começou trabalhando com serviços gerais, fez cursos se serigrafia e artesanato. Hoje ela é dona do próprio negócio. "Vejo o sorriso de uma pessoa quando coloca a foto, faço uma arte bonita e me dão parabéns, me dá um brilho nos olhos. Eu fico contente", contou.





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