Uma vistoria feita pela Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso no Centro Integrado de Assistência Psicossocial Adauto Botelho revelou o que pode ser uma das unidades de saúde mais precárias do Estado. De acordo com a responsável pela área da saúde da Coordenadoria de Ações Comunitárias, defensora Sílvia Maria Ferreira, a vistoria constatou graves problemas de infraestrutura que causam riscos aos pacientes.
Conforme a defensora, a visita teve o intuito de averiguar a estrutura física e o quadro de profissionais do local. Na oportunidade, ela constatou que havia buracos nas paredes, rachaduras, inúmeros vidros e portas quebradas, além da necessidade de contratação de servidores. “Também não há cama e colchões suficientes, o que, inclusive, impede que o hospital atinja sua capacidade máxima de 70 internos. Tem esgoto a céu aberto e ainda um carro parado há meses por falta de pneus”, pontuou a defensora.
Ainda segundo informações do parecer técnico, as condições sanitárias são alarmantes e não há o devido acondicionamento térmico. “Na ala feminina há apenas um banheiro com chuveiro, este instalado pelos próprios funcionários. No refeitório, que não possui laje e é coberto com telhas de zinco, sempre que chove ocorre infiltração”, relatou.
Outro problema constatado na unidade pela defensora diz respeito à rede elétrica. Inaugurado em 1957, com a última grande reforma realizada na década de 90, a rede é precária e tem sofrido quedas de energia constantemente. “O setor administrativo é insalubre, com problemas nas paredes e pouca iluminação”, reforçou Sílvia Ferreira.
Além disso, a defensora ressaltou que não tem equipe de manutenção, falta material de expediente e de higiene para os pacientes e, principalmente, medicamentos e insumos. Frente ao constatado na vistoria, Sílvia Ferreira disse que irá oficiar o estado, responsável pela gestão da unidade, e o próprio hospital, para que envie informações complementares. Do mesmo modo, irá estender as visitas às outras seis unidades que integram o Centro Integrado de Assistência Psicossocial.
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde informou que ainda não foi notificada pela Defensoria Pública do Estado em relação à vistoria no Adauto Botelho e, por este motivo, não se manifestará sobre o assunto.