Cultura Domingo, 11 de Maio de 2025, 07h:54 | Atualizado:

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PINTURA

Artista plástico reforça cuiabania e tenta resgatar cultura da cidade

 

GAZETA DIGITAL

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Pensando em resgatar e valorizar a cultura cuiabana, Adriano Figueiredo, 45, vive de arte desde 2012, quando após tentar por diversas vezes esconder seu lado artístico, ele decidiu enfim, viver de arte. Com um ateliê criado na frente de casa, ele juntou o amor pela pintura que possui desde criança, com as raízes de sua infância construídas com seu avô.

Em conversa com o GD, Adriano contou que nunca sonhou em ser artista, mas viu que a arte foi o encurralando, até que chegou ao momento em que ele não conseguiu fugir do seu futuro. “Eu não queria viver de arte, mas falhei em tudo que fiz. Ainda com 15, 16 anos, consegui um emprego numa loja de decoração, fazendo desenhos, e trabalhei muitos anos com isso, porque antigamente, tudo era feito a mão. Depois eu fiz um curso da coreldraw e comecei a fazer logomarca, me tornei arte- finalista. Ai quando eu tava fazendo um curso de webmaster, que eu ia fazer templates para site, que as coisas começaram a mudar”.

Na época, apenas com o Facebook, Figueiredo passou a divulgar imagens de seus quadros na rede social, que aos poucos foi tomando uma proporção que ele nunca imaginou.

“Foi na internet, que as pessoas começaram a me convidar, e as minhas redes sociais parecia uma torre de Babel, que eu aprendi falar "obrigado" por para lugar que eu não sabia que existia. Começou a aparecer convites para ir para fora”, contou.

Ele lembra que antes de decidir se iria viver de arte, passou por uma dificuldade muito grande, onde se viu sem dinheiro para comprar leite para as duas filhas e percebeu as coisas dando errado em sua vida, foi quando ele teve um sonho em que ele voava entre nuvens coloridas, momento que ele tomou como resposta para o rumo de sua vida. 

“Foi a partir daquele momento que eu soube que conseguiria viver de arte. Passei a alimentar o perfil e comecei a receber encomendas, quando percebi, as coisas estavam acontecendo. Eu lembro que a primeira vez que mostrei o meu trabalho, foi um advogado que me convidou para uma exposição e naquele dia eu vendi duas obras, e ganhei o dinheiro que eu ia levar muitos anos para ganhar. Foi quando eu comecei a acreditar”, explicou.

Ele conta que ainda na época, decidiu que iria mostrar sua cultura, mostrando coisas que ele vivenciou durante sua infância, devido a forte presença do avô que fazia viola de cocho, a presença das festas de santo e o cururu e siriri, e por isso, decidiu criar sua identidade com sua cultura familiar.

“Eu juntei três coisas que eu adorava, que era minha cultura, o vitral e as curvas que não sei de onde vem. Tudo que consegui foi construído com muitos ensinamentos, porque o e que achei que era derrota, que era erro, eu uso hoje, para me fortalecer. Hoje, o artista não adianta só ter talento, ele tem que ser empreendedor, tem que saber conversar com as pessoas, saber ir atrás dos projetos”, relembrou.

Adriano explicou que o povo cuiabano não valoriza a cultura como ela deve ser valorizada, e por isso utiliza seu ateliê para contar um pouco da cultura da cidade. “Nós cuiabanos temos a responsabilidade de falar da nossa cultura, porque se não fizermos isso, ela vai ser esquecida como foi há uns anos. Eu acho que a gente tem que respeitar o lugar que habita, nós temos nossas coisas, a nossa dança, nossa culinária, tem as nossas aves. Então, a luta é por respeito e pelo direito da gente poder falar das nossas coisas dentro da nossa casa. Às vezes as pessoas de fora fazem o trabalho de resgate maior que o que a gente que nasceu aqui”, contou.

Além de suas obras, Figueiredo também da oficina de pintura, palestras e pinta murais e paredes na rua da cidade, já que é nela que as pessoas estão e podem ter acesso a sua arte.

“Eu brinco que eu não tenho dinheiro para comprar uma tela minha. Porque não é questão de você ter o dinheiro, é de você se dar o luxo, no Brasil, arte é luxo. Por isso que eu quis colocar minha arte na rua, como as pinturas do viaduto da avenida do CPA, o mural do Colégio Coração de Jesus, e outros que foram se apagando ou apagadas com o tempo”, relembrou.

Com uma própria galeria em seu ateliê, Adriano não só expõe as artes como relembra com carinho cada lugar que a pintou. Sua exposição, que contêm desde o vestido utilizado pelos dançarinos do Flor Ribeirinha, até os quadros que ele pintou durante as queimadas de 2020, contam, através das cores, a história e a cultura da cuiabanice. “Você precisa de muita dedicação para viver da arte, mas o prazer de você levantar todo dia e saber que vai fazer o que você ama o dia todo, não tem preço”, finalizou.





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Comentários (1)

  • Cuiabano

    Domingo, 11 de Maio de 2025, 12h41
  • Ele citou bem a situação, em Cuiabá o povo só gosta é de cerveja, sertanejo universitário e churrasco.
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