Os acordes de Karola Nunes misturam-se às ilustrações de Hugo Alberto em uma viagem cósmica por um universo fantástico no novo videoclipe da cantora, “A Pressa”. Com figuras que simbolizam a força da natureza, música e imagem acompanham o trajeto por um mundo que se transforma com a ação do fogo e o ciclo das águas. O resultado deste trabalho será lançado nesta sexta-feira (11.06), às 20h, no canal do YouTube da Karola Nunes.
O vídeo integra o projeto “Somos Som e Imagem”, que tem como objetivo produzir dois clipes da artista Karola Nunes, sendo “A Pressa” o primeiro deles. O projeto é contemplado no edital MT Nascentes, realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
Durante seis meses, a equipe se debruçou sobre o projeto que une música autoral, ilustração, design gráfico e audiovisual. Roteirizado por Hugo Alberto e Pedro Brites, que também assina a direção, “A Pressa” conta uma história sobre a harmonia dos ciclos naturais, com alegorias que representam a identidade visual do ilustrador e a mensagem da canção de Karola Nunes e Gustavo Ruiz.
Com edição de Marcelo Sant’Anna, o clipe é feito em motion graphics, que traz conceitos de design, animação e cinema, resultando em um trabalho detalhista que amplia a ilusão do espectador de entrar nesse mundo criado pelos autores.
A letra da canção descreve um tempo em que se tem pressa por saber o que se deve fazer: “Eu sinto que essa é uma canção onírica, no sentido da paisagem imagética dos versos, mas fala também dos sonhos de uma criança que sempre desejou o caminho da música”, compartilha Karola.
A partir da letra, Hugo e Pedro criaram a narrativa da animação, trazendo a identidade visual do ilustrador para dentro da história. Depois, o processo envolveu passar ao editor os movimentos de câmera e ritmos idealizados no roteiro.
“O clipe traz um sentido de pressa, mas liga muito com mãe Gaia, o poder feminino, essa natureza que chora e sente as interferências. Estamos todos conectados com o Universo. Uma ação que fazemos aqui influencia em tudo. O clipe passa tão rápido, tem tanta coisa acontecendo, que transmite essa impressão de pressa. Acho que provoca a pessoa a assistir de novo para pegar todas as nuances, detalhes, texturas e cores”, explica Pedro Brites.
Aplicando elementos de surrealidade em seus trabalhos, Hugo Alberto avalia que conseguiu explorar suas próprias criações ao se inspirar nos versos da compositora. “O objetivo foi criar uma narrativa visual que contemplasse a poética da letra e ao mesmo tempo fugisse do literal, do óbvio. Porque sempre que desenho algo penso na história que quero contar com aquela imagem, como se já visse ela em movimento e acessar a poética dos versos da Karola ajudou muito na hora de criar o roteiro e as ilustrações”.
O desafio na edição foi encontrar a melhor maneira de dar movimento para a estética do artista visual, analisa Marcelo: “É todo um mundo de cores e traços, tudo com uma expressividade tão marcante que o próprio desenho, num primeiro olhar, já parece sugerir algum tipo de movimentação. E é justamente por ser tão rico que tudo precisou ser feito com muita atenção a cada detalhe. A articulação do movimento das mãos, dos dedos, o piscar de olhos da menina no lago, o movimento das nuances do céu no entardecer de Chapada dos Guimarães”, opina.
A animação acontece a dez frames por segundo, o que acentua o traço. Além disso, o tratamento final é de filme antigo, da era analógica, que dá o tom vintage ao clipe.