Cultura Quinta-Feira, 11 de Julho de 2024, 09h:49 | Atualizado:

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VERGONHA

Casarões estão abandonados na região central de Cuiabá

 

G1

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Um casarão histórico que pertenceu a Oscarino Ramos, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, em 1940, se encontra abandonado. A última vez que o imóvel esteve ocupado foi em 2018, quando a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tinha sede no local.

O patrimônio tombado pelo Iphan em 1988 está localizado na Rua 7 de setembro, no Centro de Cuiabá, e foi objeto de estudo. Após análise dos materiais do imóvel, ficou comprovado que a construção é um exemplar da arquitetura oitocentista cuiabana.

Atualmente, a 'Casa do Patrimônio' exibe sinais de deterioração causadas pelo tempo, como pintura descascada, manchas de umidade nas paredes, a porta principal de madeira também apresenta sinais de desgaste, com algumas partes lascadas.

De acordo com o proprietário de um comércio na mesma rua, Vanderlei Reis, o patrimônio se encontra abandonado há muito tempo e não há movimentações no imóvel. "Quase não tem comércio aqui perto e não sei o tempo ao certo, mas já tem uns 6 anos que tá abandonado e parado. Acho que nunca vi ninguém nem entrar lá", comentou o comerciante.

As instalações da Casa do Patrimônio ficaram ainda mais danificadas após um incêndio, ainda sem causa conhecida, que o atingiu no dia 22 de junho deste ano. O Corpo de Bombeiros foi acionado durante a madrugada e quebraram as grades de uma janela para conseguir combater as chamas dentro do imóvel.

Não há a data exata da construção dele, mas o Iphan informou que, segundo o mapa de Cuiabá feito em 1786, a construção deve ter acontecido no final do século XVIII. A casa que pertenceu ao desembargador Oscarino Ramos, um dos intelectuais históricos cuiabanos, foi adquirida em 2009 para que a Superintendência do Iphan-MT fosse instalada.

 

Oscarino Ramos nasceu em 1891, em Cáceres (MT), formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade do Rio de Janeiro, ocupou o cargo de promotor da Justiça das Comarcas do município de Rosário Oeste e foi sócio efetivo da Academia Mato-Grossense de Letras aos 40 anos.

Cerca de 20 anos após o falecimento dele, o imóvel foi adquirido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1988. Os serviços de revitalização do imóvel foram executados de 1990 a 1993 e foram finalizados para atender o espaço cultural do IPHAN.

O Iphan começou a atuar em Mato Grosso a partir de 1970 e, após nove anos, a 8ª Diretoria Regional passou a ocupar o casarão. Depois, em 2009, transformou-se em Superintendência após a última reformulação do Iphan ter sido feita.

 

Projtos para restauração

Segundo o Iphan, as novas obras de restauração do local haviam iniciado em março de 2019, mas, em outubro de 2023, por causa de alterações no projeto, o termo feito com a prefeitura não continuou, mesmo já ter sido aplicados mais de R$ 166 mil​ nas obras.

"A reforma já estava quase pronta, né? Tinha todo o trabalho e os profissionais aqui em 2018 , mas como parou e o financiamento desapareceu do Governo, ficou assim", disse Cristóvão Luís, coordenador do Museu de Imagem e Som de Cuiabá (MISC).

O Iphan comunicou que a desocupação do imóvel estava pendente devido à indisponibilidade de outro imóvel para abrigar as instalações da Superintendência, em decorrência de dois chamamentos públicos realizados e fracassados.

O casarão foi contemplado com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, em 2014. O PAC é uma linha de investimento autorizado e criado em 2013, direcionada aos sítios históricos urbanos protegidos pelo Iphan.

A paralisação das obras foi resultado da falta de adequação dos projetos e planilhas orçamentárias. Com a estrutura sem restauração desde 2019 e pós- incêndio, a situação da casa piorou. Em um estudo realizado no ano passado por cinco engenheiros e uma arquiteta (Camila Mendes, Waldelaine Hoffmann, Aylson Costa, Bárbara Corradi e arquiteta Luciana Pelaes) mostrou que as madeiras utilizadas na edificação foram classificadas com nota 3 para o índice de deterioração, o que indica apodrecimento intenso ou ataque de cupins.

A deterioração intensa indicou necessidade de substituição das peças por outras do mesmo gênero para conservação do patrimônio. A restauração do Casarão está dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), para que o imóvel abrigue novamente a Casa do Patrimônio, porém não há data confirmada para as próximas obras e ocupação.





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Comentários (4)

  • joao

    Quinta-Feira, 11 de Julho de 2024, 17h45
  • Quem sabe uma parceria. Tem parceria para tudo porque não resgatar fica muito bonito o centro. O prefeito se quiser arrecadar multe essas operadoras que promovem essa poluição visual na cidade que esta virando sim uma Tea de aranha. Qualquer um sem licenca instala seu cabo no poste sem fiscalização nenhuma . Eu daria 60 dias para as operadoras de telefonia arrumarem os cabos e estimulava multa alta. Tenha paciência . So a Energiza esta cumprindo sua parte os cabos estão esticados, esta bonito. Pega esse dinheiro e arrume o centro. Tenha paciência fica guinchando carro para ca e para la enquanto esses cabos trancados esta transformando a cidade em uma teia de aranha é so olhar para cima.
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  • lucas

    Quinta-Feira, 11 de Julho de 2024, 17h38
  • Esses casarões que seria a beleza do centro. Porque estão assim. Toda cidade do mundo é restaurada . Turista gosta disso. Vamos resgatar nosso Cuiabá antigo. Inclusive os casarões que ja demoliram por foto e conhecimento dos familiares devem ser recolocados no lugar como fizeram com a casa de bembem.
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  • aquiles

    Quinta-Feira, 11 de Julho de 2024, 15h25
  • POR FIM TODOS HORRIVÉIS , PRA QUE ESTÁ COISA VELHA, AH ME POUPE , SÓ ESTÁ SERVIDO PARA ABRIGO DE DROGADITOS
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  • Uilson

    Quinta-Feira, 11 de Julho de 2024, 11h49
  • CADÊ O IPHAN, QUE É O INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL É SÓ DE ENFEITE.
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