Cultura Terça-Feira, 28 de Janeiro de 2025, 09h:33 | Atualizado:

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PRESERVAÇÃO

Conheça gruta paradisíaca interditada há mais de 20 anos

 

G1-MT

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Com formações rochosas e uma lagoa de águas cristalinas em tons de azul, a Gruta da Lagoa Azul, interditada há 23 anos, em Nobres, a 151 km de Cuiabá, é um dos dos cenários naturais mais impressionantes de Mato Grosso, mas o turismo descontrolado e proibido tem colocado a área paradisíaca em risco.

Na última semana, 13 turistas e dois guias foram notificados pela fiscalização ambiental por invadir o espaço. O grupo flagrado é só um exemplo do que vem ocorrendo há mais de duas décadas.

Em março de 2024, o g1 mostrou várias visitas irregulares promovidas por supostos guias de turismo que cobravam até R$ 250 por pessoa para entrar na área. Turistas ouvidos pela reportagem alegaram que não sabiam da proibição. Em 2023, o jogador Deyverson e a esposa dele também visitaram a gruta e compartilharam fotos do passeio romântico nas redes sociais.

A área era o principal ponto turístico do município e foi fechada por determinação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) devido à degradação ambiental. Desde então, o processo passou a ser de responsabilidade da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), que até chegou a apresentar um projeto de manejo para a preservação do ecossistema e dos recursos naturais, mas o processo não andou.

Nas redes sociais, as pessoas continuam compartilhando fotos de passeios no local.

O promotor de Justiça Willian Oguido informou ao g1 que o Ministério Público do Estado abriu um procedimento administrativo de acompanhamento do caso, que segue até maio deste ano. O objetivo é monitorar as ações relacionadas à gruta até que aconteça a regularização.

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Segundo o promotor, as denúncias recebidas na Promotoria são encaminhadas à Delegacia de Polícia para investigação criminal, mas a fiscalização se torna difícil devido às estratégias de guias ilegais que burlam as leis, arrancando placas de fiscalização e usando horários e rotas estratégicas para exploração.

"Esse é um problema estrutural. A área, agora administrada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, não possui estrutura para o turismo e sem isso não é possível liberar as visitas de forma segura. É um processo burocrático e, enquanto isso não for regularizado, essas visitas proibidas vão continuar ocorrendo, pois não há fiscalização 24 horas", explicou.

O promotor informou que vai marcar uma reunião no próximo mês com representantes do município e do governo do estado para cobrar medidas de fiscalização e avanço na regularização do espaço.

Procurada pelo g1, a Sema não deu retorno sobre o caso.

O que diz a lei: a Lei 9605/98, relacionada a crimes ambientais, diz que a pessoa que "causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação" está sujeita a prisão de um a cinco anos.

Ameaça ao ecossistema e perigo aos turistas

Imagens de inspeções realizadas na área e anexadas ao processo de acompanhamento do Ministério Público mostram a presença de nascentes que devem ser preservadas, plantas e árvores frutíferas que servem de alimentos para aves, além de espécies da fauna que utilizam a gruta como abrigo.

O documento também evidencia algumas características do local que colocam em risco a segurança dos turistas, como rochas ponteagudas e blocos de quartzito, que apresentam rachaduras e estão propensas a desmoronamento.

Predadores, inúmeros insetos e parasitas também habitam o local, como aranhas, morcegos e carrapatos à espera de um hospedeiro. Pesquisadores também coletaram fungos no interior da gruta que podem comprometer a saúde humana. O material foi encaminhado para análise.

A lagoa

Reconhecida como um dos principais atrativos naturais da região, a Lagoa Azul encanta pela beleza singular e águas cristalinas.

A gruta é formada por rochas e uma lagoa de água cristalina. Segundo pesquisadores, a lagoa surgiu quando o lençol subterrâneo de água aflorou no local. A cor azul predominante na água envolve uma série de elementos, entre eles carbonato de cálcio e magnésio.





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