Com as novas rotinas forçadas por conta da quarentena de prevenção ao novo coronavírus, além do trabalho, estudo, lazer e tantas outras atividades, relacionamentos afetivos também precisaram ser ajustados. Cada um em sua casa, dando 'jeitinho' aos fins de semana, conversam por aplicativo. Casais precisaram resolver como manter a relação nesse período.
A estudante para concurso público Maitê Santana, 29, está há 12 dias sem ver o namorado, o empresário Luiz Magalhães, 32. Eles optaram em manter a quarentena separados por dois motivos, como ela explica à reportagem. "Eu moro com a minha mãe e ela, além de ter mais de 60 anos, ainda é portadora de doença crônica. E na casa dele, a família optou em continuar trabalhando, então, o contato com pessoas de fora é maior".
Por isso, o casal está sem se ver desde a terça-feira (17). "Antes a gente se via quase todas as noites e nos fins de semana, agora a gente não sabe quando vai conseguir se encontrar. Mas, enquanto isso, a gente se fala de noite. Até perguntei por quanto tempo ficaríamos nessa, mas não se sabe, né?".
A tecnologia tem ajudado na aproximação. O casal de universitários Ana Cláudia Lins e Fernando Prado, ambos de 19, contaram à reportagem que estão há 5 meses juntos. "A gente estuda junto, então, estamos juntos todos os dias. Tem sido estranho, já que desde a semana passada a gente não se encontra", disse Ana.
Os dois estão sem se ver desde a segunda-feira (16), quando uma universidade suspendeu as aulas. A alternativa do casal tem sido as chamadas de vídeo. "A gente se fala todos os dias, várias vezes ao dia, mas de noite, a gente consegue ter um diálogo maior, por vídeo no celular mesmo".
Já a amiga dela, Mariana Silva, 20, que namora há 2 anos, a quarentena não foi um problema para ver o namorado. "Passei o fim de semana com ele, mas a gente tomou cuidado. Não tinha ninguém de fora na casa, então ficamos mais atentos às práticas de higiene mesmo".
Enquanto a jovem falava com a reportagem, o namorado mandava uma mensagem perguntando se eles podiam se encontraram durante a noite (quinta-feira, 26). "Acho que não é se arriscar, é ter consciência de que pode ter a transmissão, mas que é necessário ter o cuidado. A gente não se encontra na rua, no meio da muvuca, é sempre na casa de um ou do outro".