O atual cenário de degradação e abandono em nada remete à história do Largo do Rosário. Localizado no coração de Cuiabá, o local que já abrigou minas de ouro amarga a perda completa da sua identidade e acumula lixo e é alvo de vandalismo, além de ter se tornado ponto de uso de drogas, prostituição. As construções estão em ruínas.
Há 300 anos, o bandeirante paulista Miguel Sutil de Oliveira descobria minas de ouro na região do Morro da Luz, e deu origem à cidade. Apesar da carga histórica e religiosa, o Largo do Rosário – que se popularizou como Ilha da Banana – tem dois moradores que vivem a angústia pela espera de ações do Poder Público. Na área fica um dos maiores patrimônios da capital, a Igreja Nossa Senhora do Rosário e a Capela de São Benedito, construída em 1722.
Inicialmente, havia um projeto do governo do estado que previa a instalação de um modal de transporte, o Veículo Leve sob Trilhos (VLT), e a partir disso, em 2012, começaram as desapropriações de imóveis para passar os trilhos. Imerso em denúncias de corrupção e desvios de dinheiro público, o projeto ficou parado por 10 anos e, em janeiro de 2021, o governo anunciou a troca do VLT pelo Bus Rapid Transit, o BRT, ou seja, ônibus de trânsito rápido, com corredores exclusivos.
A Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra) afirma que o novo projeto prevê a criação de uma praça e alteração no trânsito. Desta forma, o novo espaço do Largo do Rosário ficaria junto à Igreja de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, enquanto as duas pistas da Avenida Coronel Escolástico ficarão juntas, entre o Largo e o Morro da Luz.
Não há data para o início dessa obra, já que o projeto do BRT ainda está na fase licitação, segundo a Sinfra. De acordo com a secretaria, no momento, há três processos de desapropriação de imóveis do local que estão judicializados. O BRT terá 49,2 km de extensão com 46 estações de embarque e desembarque.
Spreafico
Sexta-Feira, 05 de Novembro de 2021, 21h56EDUARDO PÓVOAS
Sexta-Feira, 05 de Novembro de 2021, 17h29