Cultura Quinta-Feira, 13 de Agosto de 2015, 07h:38 | Atualizado:

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NOVA IMORTAL

Luciene Carvalho assume cadeira na AML

 

Da Redação

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Na noite desta quinta-feira (13.08), às 19h30, a Academia Mato-grossense de Letras (AML) será inundada pelo sangue que sai da veia poética da escritora, Luciene Carvalho. É a data em que ela assume a cadeira de número 31, cujo patrono é José Delfino da Silva e o último ocupante, Adauto Dias de Alencar. Corumbaense radicada há décadas no bairro do Porto, em Cuiabá, ela se retrai quando a questão é a pessoa virar imortal. Em sua opinião quem se imortaliza é sua obra.

“Eu acredito no conceito de que cheguei a um estágio de garantir a imortalidade da minha obra entrando para uma instituição que se preocupa em preservar em letras, livros, poemas... Eu continuo sendo apenas uma mulher que pratica o ofício de escrever, que tenta construir a trajetória da profissionalização, da condição do escritor, da poeta, nessas terras”, revela Luciene.

 

A poesia sempre fez parte de sua vida. Ela conta que, quando pequena, já declamava. Contudo, somente depois da morte de seu pai, ainda na infância, toda a poesia guardada em si passou para o papel e nunca mais parou de jorrar. “Nas oficinas que ministro eu conjugo a poesia: eu poeto, tu poetas, ele poeta... Porque a vejo (a poesia) como uma emanação natural da alma humana”, explica.

 

A poesia, para Luciene, lhe vem, muito clara, de três pessoas. Inicialmente da mãe, dona Conceição, que faleceu este ano e que gostava muito de teatrinho e declamações; da irmã paterna, Maria Aparecida Carvalho, que a dirigia no palco e; uma tia chamada Sílvia, que era também uma mulher que gostava de arte, era professora, morava numa escola. “Dessa forma fui rodeada de pessoas que gostavam de arte e que me alfabetizaram para ela”, acredita.

 

Mas, para chegar até aqui, nesse momento, nada foi fácil. Ela diz que está feliz por essa entrada na AML, mas, revela que passou oito meses sem escrever. “Entre o período de eu me candidatar à cadeira 31, houve o processo de morte de minha mãe e entrei num bloqueio grande de escrita. Mas, ainda assim, o que tem vindo é pouco, mas é diferente o fluxo”, conta. Ainda assim relata que tem estado muito atenta ao seu processo cronológico dos cinquenta. Nesse ínterim acredita que a dialética, presente na sua poesia, mudou. “É como se a vida engendrasse o verso e o verso engendrasse a vida gerando nova vida que, por sua vez, pari novo verso”, poemiza.

 

E sobre o jeito, todo seu, de declamar, ela constata que, talvez, mais do que uma marca, essa forma de espalhar poemas seja uma espécie de ‘contribuição diferenciada’ que ela traz ao cenário da cidade e do Estado. Pode ser uma forma única, mas dentro dela, não.

 

Outro aspecto apontado pela escritora é que algumas pessoas leem seus poemas e falam de uma musicalidade. “Eu não compreendo o alcance disso, mas eu sou uma declamadora que passou a compor seus próprios versos. Então eu creio que a marca da minha escrita já traz uma oralidade poética já que bebi da fonte imensa da MPB por vários anos”, acredita. No momento, influenciada pelo marido, o rapper, Mano Raul, ela trilha um projeto de CD de RAP que estará disponível em breve. É esperar para ver mais esta fonte de poesia jorrar!

 





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