Cultura Sábado, 29 de Maio de 2021, 12h:34 | Atualizado:

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REABILITAÇÃO

Macaco que fumava nargilé e bebia álcool é devolvido a natureza em MT

 

G1

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O macaco-aranha da testa branca resgatado há dois meses, após 20 anos acorrentado em uma propriedade rural de Sorriso, no norte do estado, passou pelo processo de reabilitação no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e agora se prepara para se juntar à espécie.

A professora e pesquisadora veterinária da universidade, Elaine Dione, disse que a fêmea, apelidada de 'Chicó', será encaminhada ao Parque do Vale, no Pará, onde há outros macacos-aranha. A previsão é que a transferência aconteça na primeira quinzena de junho. “Tinha várias características de macaco-aranha que ela não apresentava, em razão do local em que ela viveu por tanto tempo. Propomos o deslocamento em altura e estímulo para utilização da cauda preênsil”, explicou.

'Chicó', segundo a veterinária, usava coleira e se arrastava como cachorro. Denúncias apontam que o homem que mantinha o animal acorrentado dava bebidas alcoólicas e narguilé a ele. “Faltava postura de macaco-aranha, como o deslocamento em altura e utilização da cauda preênsil, porque ela sempre ficava no chão. Também comia como um cão, sem usar as mãos. O macaco-aranha faz isso, mas é um comportamento onipresente, geralmente, usam muito as mãos e a calda”, explicou.

Elaine explicou que, apesar dos relatos de maus tratos, a condição do orgânica e corporal de Chicó estava boa.

A equipe avalia que a fêmea teve uma ótima recuperação. Agora ela já consegue se descolar para locais altos e se comporta como um macaco-aranha. “Uma coisa que buscamos estimular foi o estabelecimento de territorialidade, pois ela era muito submissa. Quando entrávamos no recinto, buscávamos nos posicionar em níveis mais baixos que o dela e não a encarávamos. O toque sempre era solicitado a ela primeiro, estendendo a mão e desviando o olhar”, contou.

A vocalização de Chicó também melhorou. Segundo Elaine, ela vocaliza de forma mais diversificada, diferenciando o medo, a intimidação, aproximação, entre outras características. O objetivo da equipe agora é reintroduzi-la ao grupo de macacos-aranha no Parque do Vale para que possa ocorrer a reprodução da espécie. Na região, existe um pequeno grupo em cativeiro.

O macaco-aranha está na lista de primatas ameaçados de extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). A espécie costuma viver em área restrita, como na região da bacia do Rio Teles Pires, que, atualmente, está sob intenso impacto de desmatamento.

Geralmente, o animal é caçadora para alimento e também para se transformar em 'xerimbabo' - animal de estimação- pelos índios. O macaco-aranha-de-testa-branca é conhecido também por Coatá. A pelagem é inteiramente preta, na fronte da cabeça possui uma mancha branca e listras brancas dos lados da face. Ele mede de 34 a 50 cm de comprimento e pesam entre 5 a 6 kg., com membros compridos e de estrutura esguia.

Chicó foi resgatada por agentes do Núcleo de Fiscalização Integrada e da Polícia Civil no dia 22 de março. A polícia soube do caso após um vídeo repercutir nas redes sociais mostrando o dono da fazenda dando bebida alcoólica para o animal.

O suspeito foi encaminhado à delegacia para responder por maus-tratos. 





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