Curiosidades Sábado, 09 de Agosto de 2025, 22h:00 | Atualizado:

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EM ENTREVISTA

Junior Lima diz sofrer homofobia mesmo sendo hétero

 

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O cantor e produtor Junior Lima, de 41 anos, compartilhou um relato sobre a “homofobia” que enfrentou mesmo sendo um homem hétero. Em entrevista ao programa Saia Justa, do canal GNT, ele revelou que os boatos sobre sua sexualidade na adolescência geraram inseguranças profundas.

O músico explicou que seu jeito e o ambiente em que cresceu, rodeado pela mãe e irmã, sempre foram questionados.

“Sempre fui um homem que viveu na arte, que viveu dançando, na música, compondo… É um ambiente extremamente feminino, porque estava o tempo todo com a minha mãe e irmã. Eu tive uma sensibilidade muito aflorada, era um homem simpático, preocupado com as mulheres ao meu entorno. E isso se voltava contra mim. Naquela época, principalmente.”

Junior revelou que o preconceito persiste até hoje: “Um cara que se permitia dançar, como assim? E isso me atrapalha até hoje na minha profissão. Tem gente que tem preconceito comigo até hoje. Eu sou um homem hétero que, frequentemente, sofre com homofobia. É muito louco falar isso, mas é real”.

Sexóloga explica o que é homofobia

Para esclarecer o tema, a sexóloga Alessandra Araújo detalhou o que significa homofobia. “A homofobia é um termo que vai muito além de um simples ‘não gostar’ de pessoas homossexuais. A visão científica a define como um conjunto de atitudes negativas, preconceitos, discriminação e aversão que se manifesta em diferentes níveis na sociedade. Não é uma fobia clínica, como o medo de altura, mas sim um problema social e cultural.”

Ela explicou as quatro formas principais de homofobia: internalizada, interpessoal, institucional e cultural, ressaltando que a cultural é a base que sustenta as demais.

Pessoas heterossexuais, como Junior, sofrem homofobia?

A sexóloga explica que isso está ligado à heteronormatividade — um sistema que considera a heterossexualidade como a norma social. “Esse sistema cria um privilégio para pessoas heterossexuais, que não são julgadas ou discriminadas por sua orientação sexual. O preconceito que elas eventualmente enfrentam não é homofobia, pois, por definição, essa é uma forma de discriminação contra quem não se encaixa nessa norma.”

Sobre o que Junior vivenciou, a sexóloga afirma que foi bullying motivado por homofobia: “O que o cantor Junior Lima relatou ter sofrido foi uma forma de bullying. Mas, mais especificamente, foi um bullying que utilizava a homofobia como arma para agredi-lo.”

O bullying, segundo a sexóloga, é a ação repetitiva e intencional de violência. “No caso de Junior, os agressores não estavam praticando homofobia diretamente contra uma pessoa homossexual, mas sim utilizando a homofobia cultural como uma ferramenta de violência. Eles sabiam que, em uma sociedade heteronormativa, ser chamado de ‘gay’ ou ter sua sexualidade questionada era uma forma eficaz de humilhar, descredibilizar e causar sofrimento”, explica Alessandra.

Por fim, a sexóloga avalia que o caso evidencia como a homofobia impacta não apenas pessoas LGBTQIA+, e sim a sociedade como um todo.

Segundo ela, esse tipo de preconceito cria um ambiente em que qualquer insinuação sobre a sexualidade pode ser usada como ofensa.





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