O humorista Leo Lins foi condenado a 8 anos, três meses e nove dias de prisão em regime fechado, pelos crimes de discriminação e discurso de ódio cometidos durante um show de comédia. A sentença foi proferida pela 3ª Vara Criminal de São Paulo.
A condenação, além da prisão, também determina que o artista pague uma multa equivalente a 1.117 salários mínimos com base no valor da época em que a gravação do show foi feita, além de uma indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Lins ainda pode recorrer.
A denúncia contra o comediante foi feita pelo Ministério Público com base em trechos do show Perturbador, disponíveis no YouTube, nos quais Lins faz piadas discriminatórias contra negros, homossexuais, indígenas, pessoas com deficiência, judeus, evangélicos, nordestinos e soropositivos.
Na sentença, a Justiça pontuou que 'o exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo-se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem da própria lei.
Defesa de Leo Lins se manifesta
Os advogados responsáveis pela defesa de Leo Lins se pronunciaram sobre a condenação do humorista por meio de uma nota oficial, na qual reforçaram os argumentos de que o pedido de prisão vai contra a liberdade de expressão e garantiram que irão entrar com um recurso de apelação.
"Trata-se de um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura", disse a defesa do comediante.
'Ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco, causa-nos profunda preocupação', continua o comunicado.
Leo Lins também se manifestou sobre o assunto com uma publicação nas redes sociais. Ele compartilhou uma imagem da deusa da justiça danificada.
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Quinta-Feira, 05 de Junho de 2025, 08h48lu
Quarta-Feira, 04 de Junho de 2025, 08h54