Youtuber passa por cirurgia após espremer espinha no saco

 

Na última sexta-feira, o influenciador digital Eduardo Martini Camargo, o Edu, do canal Diva Depressão, publicou um vídeo no YouTube contando que ficou internado após estourar uma espinha que apareceu em seu saco escrotal. Incômodas e de aparência nada agradável, as espinhas costumam surgir no rosto, na região do colo e nas costas, embora outras partes do corpo, como braços e nádegas, não estejam imunes a elas.

No vídeo bem-humorado, Edu fala que a espinha apareceu cinco dias antes e inflamou após ter sido estourada, inchando em seguida. “Ficou do tamanho de uma laranja”, conta. Logo depois, a região infeccionou, tornando necessária uma cirurgia para drenar o pus do local.

O procedimento durou cerca de uma hora e o youtuber foi encaminhado para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ficar em observação. De volta ao quarto e passado o susto, um dreno foi colocado no saco escrotal, e o próprio Edu ficou encarregado de fazer massagem ao longo dos dias para retirar alguma secreção que poderia ter restado.

O vídeo, apesar das brincadeiras e do tom leve, serve como um alerta. “Se você está com uma espinha no saco, não estoure”, adverte o youtuber.

Afinal, o que são as espinhas e quais seus riscos?

A espinha, na verdade, é uma das consequências da acne, uma doença inflamatória comum que acomete os folículos sebáceos. Eles são unidades compostas por uma glândula sebácea — responsável por produzir uma espécie de óleo, ou sebo — e o pelo. A condição tem início na puberdade e pode aparecer, principalmente, devido a fatores genéticos. Estima-se que a acne afete aproximadamente 80% da população.

Porém, é com o surgimento de comedões, popularmente conhecidos como cravos, que a acne inflamatória começa. Eles são lesões causadas pela obstrução dos dutos que ligam essas glândulas aos folículos. Isso pode ocorrer devido a restos celulares ou até por um ácaro, o Demodex folliculorum. Eventualmente, esses cravos podem romper, liberando o material que está em seu interior e gerando as famosas espinhas.

Apesar da prática ser comum, é um consenso entre os dermatologistas que as espinhas não devem ser cutucadas e muito menos estouradas. Mexer na região com os dedos ou a unha suja (também não é bom lavar as mãos e cutucá-las) pode aumentar a inflamação do local e acarretar em manchas escuras e marcas permanentes, chamadas de hipercromia pós-inflamatória, e até cicatrizes, que só podem ser resolvidas com tratamentos estéticos.

Além disso, quando estourada, a espinha muitas vezes torna-se também porta de entrada para microrganismos, como bactérias que podem causar infecções, que foi o caso do influenciador. Mesmo quando a espinha é no rosto, se esses agentes infecciosos se aproximarem das meninges e do cérebro, o quadro infeccioso pode se tornar grave.

O ideal é que a pessoa mantenha uma rotina de cuidados faciais, como lavar o rosto regularmente (mas não tanto para não ressecar), usar produtos adequados ao seu tipo de pele, beber bastante água, manter uma dieta equilibrada e fazer exercícios físicos para evitar a formação de espinhas. É importante também ser acompanhado por um dermatologista e procurar fazer procedimentos estéticos apenas com profissionais da área.

O tratamento para a acne, que acomete as pessoas em graus diferentes, do mais brando ao mais grave, é individualizado e pode ser feito com ácidos, acompanhados de antibióticos tópicos ou, em alguns casos, remédios orais. Tudo, claro, receitado por um especialista.

Por isso, em casos de espinha, a orientação é não aderir a receitas caseiras mirabolantes, que podem não apresentar resultados e até gerar problemas mais graves. Nessas situações, não tem jeito: a palavra-chave é “paciência”, aliada a uma rotina de cuidados.