A Zapaz Administração Judicial - empresa que auxilia o Poder Judiciário em processos de recuperação judicial -, pediu a convolação em falência da AFG Brasil, empresa que deve R$ 648,5 milhões. A AFG Brasil já teve seu plano de recuperação homologado pelo Poder Judiciário - sua proposta de pagamento de credores, com eventuais descontos e prazos.
A Zapaz, que é a administradora judicial no processo de recuperação, porém, revelou em manifestação do último dia 14 de junho que a empresa em crise “derreteu” nos últimos anos, de uma receita de R$ 1,5 bilhão em 2020 para apenas R$ 1,5 milhão em 2023. A redução, conforme a administradora judicial, foi de 99,9%, tornando virtualmente impossível o pagamento das dívidas que somam R$ 648,5 milhões.
“Verifica-se que no ano em que a recuperação judicial foi requerida, houve o faturamento de R$ 1.559.208.704, enquanto no último exercício registrado, o faturamento foi de R$ 1.581.818, ou seja, uma redução de 99,9% do faturamento, desde o ano em que foi requerida a recuperação judicial”, atestou a administradora. No início de maio deste ano, FOLHAMAX publicou uma matéria sobre a manifestação do Ministério Público do Estado (MPMT) no processo de recuperação judicial da AFG Brasil.
O promotor de justiça Marcelo Caetano Vacchiano já antecipava a possibilidade de falência da organização em meio a mediações controversas, que envolvem a venda de uma propriedade rural milionária em Mato Grosso com cláusula de alienação fiduciária. As suspeitas foram confirmadas pela administradora judicial, que também atestou que os credores da AFG Brasil - trabalhistas, quirografários, garantia real etc -, não estão sendo pagos.
A Zapaz Administração Judicial revelou, ainda, que funcionários da própria AFG estariam com salários atrasados. “O descumprimento das obrigações previstas no plano de recuperação judicial, o declínio progressivo da situação financeira da empresa, os atrasos no pagamento dos funcionários, bem como a aparente inatividade empresarial evidenciada pela ausência de novos contratos e emissão de notas fiscais, são indícios de que a recuperanda não demonstra sinais de superação a crise econômico-financeira que motivou o pleito da recuperação”, analisou a Zapaz.
A manifestação da administradora não vincula a uma decisão judicial - ou seja, o juiz não é obrigado a segui-la, tendo a palavra final sobre o pedido de falência. O Poder Judiciário deve proferir em breve uma sentença sobre o caso.
RECUPERAÇÃO
De acordo com o processo, a AFG colocou a culpa na pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e na desvalorização do Real para acumular a “dívida astronômica”. “Esse cenário, de acordo com a narrativa da requerente, impactou negativamente a empresa que, a despeito de seu histórico de sucesso, necessita da intervenção do Poder Judiciário para o reequilíbrio de sua atividade”, diz trecho do processo.
A AFG também conta nos autos um pouco de história, lembrando que iniciou suas atividades no comércio de commodities em 2002 apenas no mercado interno brasileiro. Anos mais tarde, já em 2013, a organização partiu para outros nichos de mercado, passando a exportar grãos a países da Ásia, Europa e também nas Américas. Vale lembrar que a empresa foi um dos destaques do prêmio “Melhores do Agronegócio”, promovido pela revista Globo Rural, no ano de 2019.
João
Quarta-Feira, 19 de Junho de 2024, 04h00Rogério
Terça-Feira, 18 de Junho de 2024, 13h52Pedro Mello
Terça-Feira, 18 de Junho de 2024, 09h07Tânia Portes
Segunda-Feira, 17 de Junho de 2024, 20h00João José
Segunda-Feira, 17 de Junho de 2024, 19h59