O juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, João de Almeida Portela, declinou da competência para julgar o pedido de devolução de um Toyota Corolla apreendido na 2ª fase da Operação Jumbo. Deflagrada pela Polícia Federal, as investigações revelaram um suposto esquema de lavagem de dinheiro do tráfico por meio de postos de combustíveis, conveniências, mineradora e transportadora. Há a suspeita de movimentação financeira ilícita de R$ 350 milhões.
Em despacho publicado no dia 22 de junho deste ano, o juiz explicou que o pedido de restituição do Corolla (2017/2018), feito pela Cooperativa de Crédito Sicredi Ouro, deveria ser analisado pela comarca de Cáceres (222 Km de Cuiabá). O veículo foi apreendido em 2022 com André Luiz Veloso, um dos alvos da 2ª fase da Operação Jumbo.
Desde o ano de 2023, uma resolução do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) determinou que crimes de organização criminosa que ocorressem em municípios da região oeste do Estado - Araputanga, Comodoro, Jauru, Mirassol D'Oeste, Porto Esperidião, Pontes e Lacerda, Rio Branco, São José dos Quatro Marcos e Vila Bela da Santíssima Trindade -, deveriam tramitar na comarca de Cáceres, e não em Cuiabá, onde atua o juiz João de Almeida Portela.
“Ambas as ações penais narram a existência de uma suposta organização criminosa e a prática de diversos delitos ocorridos na região de Cáceres/MT, Porto Espiridião/MT e Mirassol D’Oeste/MT. Logo, é de se notar que, no caso em apreço, a inovação normativa ensejou a transposição da competência deste Juízo para o da 4ª da Comarca de Cáceres/MT”, explicou o magistrado.
Com a mudança da comarca, o processo referente ao pedido de devolução do Toyota Corolla feito pelo Sicredi deve ser analisado futuramente.
A Operação Jumbo já teve 3 fases. A primeira delas foi deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2022 e prendeu oito pessoas. Também foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão, um deles contra a esposa de "Baleia", identificada como Franciely Vieira Botelho.
Entre os bens que tiveram seu sequestro determinado judicialmente, estão o Posto Atalaia e o Posto Jumbo, ambos avaliados em R$ 5 milhões cada, além de uma mineradora localizada em Nossa Senhora do Livramento, na região metropolitana de Cuiabá, avaliada em R$ 6 milhões. Também foram apreendidos diversos veículos, entre eles uma Range Rover de R$ 524 mil e uma Chevrolet Caravan SS, ano 1978.
Caminhões e reboques, que pertenciam às empresas M C O Transportes Eireli e M C LOG Transportes Eireli, também sofreram o sequestro judicial. As organizações estão no nome de um casal que era ex-funcionário de "Baleia", no posto de combustíveis Jumbo - que dá nome à operação. O casal era utilizado pela organização criminosa para lavar o dinheiro oriundo dos lucros da venda de drogas.