Considerados os vilões de pandemia, bares e restaurante pretendem criar um canal de comunicação direta para denunciar concorrentes que estejam permitindo aglomerações. Em entrevista ao FOLHAMAX, o presidente da Liga Independente de Bares e Restaurantes (Libre-MT), Carlos Eduardo Mendes de Oliveira, afirmou que é necessário “cortar na própria carne” para que empreendimentos não sejam penalizados por culpa de alguns empresários do próprio setor.
“Vamos cortar na própria carne porque não adianta nada eu estar todo correto e o vizinho causando aglomeração com festas clandestinas. Quero até fazer uma proposta para o Governo para que a gente possa denunciar a gente mesmo. O cara que é do nosso setor e não andar na linha tem que ser fechado. Ficamos queimados por conta da conduta de alguns estabelecimentos”, disse após encontro com cerca de 25 empresários do segmento.
As declarações ocorrem após a publicação do novo decreto do governador Mauro Mendes (DEM), que apertou ainda mais as medidas de combate ao coronavírus. No documento, o chefe do Executivo proibiu o consumo de bebida alcoólica nos locais de venda pelos próximos 15 dias.
Além disso, o governador manteve o fechamento do comércio não essencial as 19h00, o toque de recolher das 21h às 5h. As medidas foram tomados na tentativa de frear a contaminação e o nível de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) que já chega a 96%.
O segmento ainda pede que o Governo do Estado libere o funcionamento até 22 horas. Também solicita a suspensão da proibição da venda de bebidas alcoólicas no local.
Segundo Carlos Eduardo, as restrições já implicam em uma queda de 50% no faturamento e comprometem o pagamento da folha salarial de 44 mil funcionários diretos e indiretos que atuam no segmento. “Fomos eleitos os vilões da pandemia e os efeitos negativos dos decretos estão todos voltados para o nosso setor que trabalha no período noturno. A restrição de horário aniquilou nosso faturamento em mais de 50%. Estávamos trabalhando, se adequando ao delivery e aos novos meios. Agora, veio esse novo decreto com a Lei Seca e acabou de vez”, complementou.
O representante do segmento de bares e restaurantes também criticou a burocracia que os empresários enfrentam para se ter acesso aos R$ 55 milhões em linhas de crédito anunciadas pelo Governo do Estado. Segundo ele, o “benefício” é a única esperança para evitar o fechamento de bares e restaurantes.
Até o momento, 44% já foram a falência em Mato Grosso. “O Desenvolve MT foi um negócio que não saiu para ninguém até agora. Nós viemos de um ano de sofrimento e os empresários já não tem mais nome limpo, organização contábil perfeita. Mesmo assim eles exigem muito isso. Até para quem está com as contas em dia não está saindo”, pontuou.
Por fim, o empresário ainda acrescentou que as medidas restritivas não têm muita efetividade, já que grande parte da população continua se aglomerando dentro de casa e sem nenhuma fiscalização. “As pessoas estão promovendo festas em casa. Eu tenho uma distribuidora e no último fim de semana vendi muita cerveja para o pessoal levar para casa. Não é melhor as pessoas se confraternizaram sob a fiscalização do que no fundo das casas e condomínios fechados?”, questionou.
Observador
Segunda-Feira, 29 de Março de 2021, 15h52DICK VIGARISTA
Segunda-Feira, 29 de Março de 2021, 15h11Raimundo
Segunda-Feira, 29 de Março de 2021, 15h01Henrique
Segunda-Feira, 29 de Março de 2021, 14h58