Um homem de Cuiabá pede R$ 25,6 mil de indenização ao médico, cirurgião de cabeça e pescoço e especialista em transplante capilar. O paciente reclama que o procedimento foi mal sucedido e que teve que passar a usar grande quantidade de gel para esconder sua “careca”.

De acordo com informações de um processo que tramita na 3ª Vara Cível de Cuiabá, o paciente procurou o médico no ano de 2021 para a realização de um transplante capilar. Ele conta que depois da cirurgia sofreu uma necrose em parte do crânio e também queimaduras numa sessão de “ozonioterapia”.

Além de “gel”, a suposta vítima do médico revela ainda que começou a se “maquiar” para “amenizar” as falhas do procedimento. “O paciente teve informação de outro médico especialista em implante capilar que diversos fios foram implantados pelo requerido de forma inadequada, surtindo efeito negativo na aparência do autor, que atualmente precisa se maquiar todos os dias para ter um boa aparência física, com uso contínuo de grande quantidade de gel para modular os fios de cabelo implantados de forma irregular”, diz o processo.

O médico se defendeu nos autos, dizendo que o paciente estava ciente dos riscos do implante capilar, avaliando que “há diferença entre erro médico e mau resultado”. O juiz Luiz Octávio O. Saboia Ribeiro, que atua na 3ª Vara Cível de Cuiabá, conduz o processo na primeira instância do Poder Judiciário de Mato Grosso.

Em decisão publicada na última terça-feira (31), ele determinou a produção de provas pelas partes, incluindo a realização de uma perícia, antes de proferir sua sentença. “Intimem-se as partes para indicarem assistentes técnicos e formularem quesitos, no prazo de 15 dias. Intime-se o expert para apresentar proposta de honorários, currículo com comprovação de especialização, bem como contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais”, determinou o magistrado.

Por se tratar de uma relação de consumo, o magistrado também transferiu, do paciente para o médico, a responsabilidade de comprovar que não cometeu erros no procedimento.