Após registrar uma pontuação que refletia maior pessimismo, os comerciantes de Cuiabá voltaram a apresentar melhora no nível de confiança no setor. Pelo terceiro mês consecutivo, a pesquisa que mede a Confiança do Empresário do Comércio (Icec) apresentou crescimento, alcançando 104,1 pontos em junho. Apesar do avanço — 2,1% superior ao mês anterior — o índice ainda está abaixo dos 106,6 pontos registrados no mesmo período do ano passado.
Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, fatores econômicos continuam dificultando uma recuperação mais sólida. “Apesar da melhoria no Índice em Cuiabá, com aumento nos investimentos e nas contratações, as baixas expectativas em relação às condições atuais da economia nacional podem estar interferindo nas decisões dos empresários, o que explica a redução da classificação em comparação a 2024”, avaliou.
De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), os subíndices com maior variação positiva foram o Indicador de Contratação de Funcionários (6,4%), a Expectativa da Economia Brasileira (4,1%) e o Nível de Investimento das Empresas (4,1%). A Situação Atual dos Estoques foi o único subíndice com recuo no mês, com queda de 2,2%.
Em relação às Condições Atuais da Economia Brasileira, 81,2% dos entrevistados perceberam piora: 35,2% consideraram um nível piora e 46%, mais acentuado. Apenas 18,8% notaram melhorias — sendo 14,4% leves e 4,4% significativos.
Já sobre a situação atual das próprias empresas, 54,2% dos empresários apontaram melhorias, com 38,1% registraram melhoras leves e 16,1%, significativas. Outros 45,9% disseram piora, sendo 27,9% leves e 18% acentuados.
No que se refere às expectativas para os próprios negócios, 80,8% dos entrevistados esperam alguma melhoria, enquanto 19,2% projetam uma piora. Quanto ao setor como um todo, 72,9% acreditam em melhorias futuras e 27,1% demonstram pessimismo.
Para Wenceslau Júnior, esse cenário inspira cautela. "De forma geral, foram observadas melhorias em diversos aspectos, ainda que de forma menos intensa. Contudo, isso serve de alerta para a sensibilidade das expectativas dos empresários, que tendem a optar pela cautela diante de um cenário de incertezas".
No âmbito nacional, o índice passou a ultrapassar a marca dos 100 pontos, atingindo 102,2 em junho — alta de 1,4% em relação aos 100,8 registrados em maio. Ainda assim, a pontuação está 3,7% abaixo do registrado em junho de 2024, quando o índice era de 106,1 pontos.