Durante meses, o mercado financeiro acompanhou com atenção os desdobramentos envolvendo Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, e André Esteves, sócio sênior do BTG Pactual. Rumores, análises e até memes circularam nas redes, colocando os dois empresários em campos opostos — um confronto entre "Davi e Golias", segundo operadores. O que poucos previam era o desfecho: um acordo bilionário firmado na mesa de negociação entre ambos.
No final de maio, Vorcaro vendeu ao BTG um conjunto de ativos avaliados em cerca de R$ 1,5 bilhão. A operação inclui participações relevantes em empresas como Light (15,17%) e Méliuz (8,12%), além do Hotel Fasano Itaim, em São Paulo, e outros ativos financeiros e creditórios. Os recursos obtidos com a venda serão usados para capitalizar o Banco Master, fortalecendo sua estrutura financeira em meio ao processo de associação com o Banco de Brasília (BRB).
A transação foi conduzida com discrição, mas envolveu cerca de 50 profissionais e meses de negociação. Segundo fontes próximas ao processo, o BTG já conhecia os ativos envolvidos, o que facilitou a conclusão em condições compatíveis com os preços de mercado.
O desfecho da negociação também fortaleceu a posição de Vorcaro no cenário financeiro. Durante o processo, André Esteves, segundo fontes, teria reconhecido sua capacidade de articulação — um reconhecimento que ganhou força nos bastidores do mercado
A venda ocorre em um momento decisivo para o Banco Master. Com a capitalização reforçada, a instituição avança nas tratativas para a venda de 58% de seu capital ao BRB, operação que já recebeu aval do Banco Central e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O que parecia ser um embate transformou-se em um caso emblemático de negociação.
Vorcaro não apenas resistiu à pressão, mas virou o jogo — convertendo um período de especulação e incerteza em uma aliança estratégica que reposiciona sua imagem e fortalece o Banco Master para os próximos passos.