O ex-tesoureiro do Conselho Federal de Odontologia (CFO), Luiz Evaristo Volpato, afirmou não ter qualquer ligação com o suposto esquema de pirâmide financeira que pode ter causado um prejuízo de R$ 40 milhões aos cofres da entidade entre 2021 e 2022. As informações, divulgadas pelo portal Metrópoles, estão sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os recursos teriam sido desviados durante a pandemia de covid-19, sob o pretexto de oferecer linhas de crédito a dentistas impactados pela crise econômica. De acordo com as investigações, ex-dirigentes do CFO e a empresa Solstic Capital estariam envolvidos no caso, atuando como intermediários nas operações com o banco BTG Pactual.
Entre julho e outubro de 2021, o CFO repassou R$ 40 milhões à Solstic, mas apenas R$ 8,6 milhões, foram devolvidos. A empresa admitiu uma dívida superior a R$ 37 milhões. O esquema incluía o pagamento de 5% de comissão a intermediários que recrutassem novos investidores.
Volpato declarou que, à época, não identificou irregularidades e só tomou conhecimento das conexões entre os investigados, como Claudio Miyake (ex-secretário-geral do CFO), Carlos Kubota (empresário) e Flávio Batel (sócio da Solstic), após deixar o cargo.
Wânia Dantas, presidente do Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT), destacou que o regional foi o primeiro a exigir transparência sobre o caso. Ela liderou um abaixo-assinado, apoiado por outros 17 conselhos, cobrando respostas do CFO. Ela ressaltou que as acusações não comprometem a imagem do CRO-MT, que mantém autonomia administrativa e financeira.
NOTA NA ÍNTEGRA
Diante das denúncias recentemente divulgadas em meios extraoficiais, incluindo redes sociais e grupos de mensagens de WhatsApp, de supostas irregularidades no âmbito do sistema do Conselho Federal de Odontologia (CFO), o Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT) esclarece que:
Foi encaminhado o OFÍCIO/ABAIXO-ASSINADO n.º 0001, de 28 de abril de 2025, ao Conselho Federal de Odontologia (CFO), para que sejam adotadas as medidas cabíveis, visando à apuração transparente e legal dos fatos relatados.
Reiteramos a importância de que eventuais irregularidades sejam investigadas com rigor, dentro dos trâmites legais e regimentais, garantindo a ética e a credibilidade da categoria odontológica.
Diante da situação exposta, aguardamos, com a devida brevidade, a apresentação de devolutiva ágil, acompanhada das medidas resolutivas cabíveis e dos esclarecimentos necessários.
Dra. Wânia Dantas – Presidente do CRO-MT
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Quarta-Feira, 21 de Maio de 2025, 14h47